O embaixador da Itália na Organização das Nações Unidas (ONU) disse nesta terça-feira que os países candidatos a uma vaga no Conselho de Segurana estavam usando chantagem e ameaças financeiras para obter apoio para sua resolução para ampliar o órgão de 15 membros.
Em um discurso na Assembléia Geral da ONU, o embaixador Marcello Spatafora acusou o Brasil, a Alemanha, o Japão e a Índia, aspirantes a vagas permanentes no conselho e que formam o Grupo dos Quatro (G4), de "chantagear alguns membros". Ele se referiu ao G4, sem citar países:
- Estou me referindo ao fato do G4 lançar mão de influência financeira e pressões financeiras a fim de induzir um governo a se alinhar ou a não se alinhar com certa posição.
Spatafora falou depois que o Canadá, apoiado pelo Paquistão e pela Colômbia, introduziu uma resolução, a terceira até o momento, para ampliar o conselho em 10 novas vagas rotativas em vez das permanentes, como quer o G4. A proposta do Canadá foi chamada de "Unidade para o Consenso".
A polêmica luta pela reforma do Conselho de Segurança vem sendo debatida há uma década, e ganhou força este ano graças ao apoio do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, que argumenta que o conselho não representa o mundo atual e reflete o equilíbrio de forças do fim da Segunda Guerra Mundial.
Há tempos a Itália vem fazendo campanha contra a adição de novos membros permanentes ao conselho. Uma vaga para a Alemanha deixaria Roma como a única grande nação da Europa Ocidental sem um assento no importante fórum.
Spatafora deu um exemplo de um país do G4 (sem identificá-lo), que supostamente ameaçou um governo a co-patrocinar sua resolução, que poria "um fim" a um projeto de desenvolvimento para crianças ao custo de US$ 460 mil.
Os membros do G4 estão disputando o apoio da União Africana. Sem esse apoio, eles não vão conseguir os 128 votos dos 191 membros da Assembléia Geral necessários para iniciar o processo de reforma do conselho.
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