Roma - A Itália aprovou o uso do medicamento abortivo RU-486, após anos de debate e apesar da dura oposição do Vaticano. A autoridade católica advertiu sobre a imediata excomunhão para os médicos que prescreverem a pílula e para as mulheres que a usarem.

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A pílula já está disponível em vários países europeus. Sua aprovação pelas autoridades de regulamentação de remédios italianas foi elogiada por grupos de mulheres e organizações pró-escolha. Essas entidades afirmam que, com a aprovação, as mulheres terão uma nova opção, não invasiva.

A Igreja Católica já protestou. A entidade condena o aborto e o uso de métodos contraceptivos. O monsenhor Elio Sgreccia, um importante estudioso da bioética da igreja, afirmou que "esse não é o modo de ajudar a humanidade".

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A Agência de Drogas Italiana tomou a decisão após um encontro encerrado na noite de quinta-feira. O medicamento interrompe a gravidez ao fazer com que o embrião se descole da parede uterina. Ele não poderá ser vendido em farmácias, mas apenas administrado por médicos em hospitais.

A agência informou, em comunicado, que a pílula pode apenas ser tomada até a sétima semana de gestação e não até a nona semana, como em outros países. A decisão deve entrar em vigor em dois meses.

A Itália legalizou o aborto até o terceiro mês de gravidez em 1978, após uma longa batalha entre as forças seculares e a Igreja Católica. O aborto após o terceiro mês é autorizado apenas em casos de grave risco para a mulher.

Sgreccia qualificou o RU-486 "não como um medicamento, mas um veneno". Ele lembrou que as mulheres tomando o remédio e os médicos que o administram estão automaticamente excomungados.

Desde 2000, a Itália já autoriza o uso da chamada pílula do dia seguinte. O medicamento impede que o ovo fertilizado se implante na parede uterina e se torne um embrião.

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