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Itália confisca ações da família Kadafi na Juventus de Turim

A polícia fiscal italiana confiscou nesta quarta-feira (28) bens, contas correntes e ações no valor de 1,1 bilhão de euros que o falecido ditador líbio Muammar Kadafi e seus parentes possuíam na Itália, entre eles uma participação de 1,5% no conjunto de acionistas da Juventus de Turim.

Segundo informaram fontes policiais, esta medida, que afeta também os bens na Itália do ex-chefe do serviço secreto líbio, Abdallah Sanusillega, chega como resposta a um pedido feito pelo Tribunal Penal Internacional de Haia.

Trata-se de bens em nome de dois fundos soberanos líbios, o Libyan Investment Authority (LIA) e o Libyan Arab Foreign Investment Company (LAFICO), e que, segundo as investigações, são atribuídos a Kadafi e seu entorno.

Entre os bens confiscados está 1,5% do capital do conjunto de acionistas da Juventus controlado pelo LIA, uma participação acionária que, devido ao último aumento de capital do clube, foi reduzida de 7,5%, com a qual entraram em 2002, para o valor atual.

Além disso, aparece a participação de 1,256% que a família Kadafi possuía no banco Unicredit, o maior da Itália, equivalente a cerca de 611 milhões de euros.

As autoridades italianas também confiscaram sua cota de 0,58% no conjunto de acionistas da empresa de hidrocarbonetos Eni, com um valor de 410 milhões de euros, 2% que possuía no grupo italiano de defesa Finmeccanica, assim como sua participação nas sociedades da empresa automobilística Fiat.

Além de suas cotas no conjunto de acionistas de diferentes empresas italianas, a Guarda de Finanças confiscou várias contas correntes, assim como 150 hectares de terreno na ilha de Pantelaria, situada ao sudoeste da Sicília, um apartamento em Roma e duas motos, uma delas uma Harley Davidson.

Os bens confiscados hoje já tinham sido congelados em março de 2011 pelas autoridades italianas, de acordo com as sanções econômicas contra o já deposto regime de Trípoli aprovadas pela União Europeia (UE) e pelas Nações Unidas, após o início do conflito no país norte-africano.

O tenente-coronel da Guarda de Finanças, Gavino Putzu, explicou em declarações ao canal de televisão a cabo "SkyTg24" que estes bens confiscados poderão servir para os ressarcimentos às vítimas do regime de Kadafi.

Muammar Kadafi morreu no último dia 20 de outubro na cidade líbia de Sirte nas mãos dos rebeldes, após quase nove meses de conflito armado entre seu regime e as forças rebeldes.

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