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A Itália está sob o risco de sofrer o maior desastre ambiental do país em mais de duas décadas, caso as 2,4 mil toneladas de combustível do Costa Concordia poluam uma das reservas marítimas mais apreciadas do Mediterrâneo. Sete dias depois de o navio de cruzeiro de 114,5 mil toneladas virar na costa da Toscana, a grande embarcação está se movendo de forma precária sobre uma formação rochosa submarina, ameaçando tombar ainda mais e atrapalhando os planos de bombear o óleo em segurança. O navio tombou depois de bater em uma rocha e agora está de lado em uma plataforma com cerca de 20 metros de profundidade perto da pequena ilha de Giglio. Onze pessoas morreram e ainda há 21 desaparecidas. Com a esperança de encontrar sobreviventes praticamente encerrada, os especialistas advertem que, além da perda de vidas, o acidente poderá se transformar na pior emergência ambiental marítima da Itália desde o naufrágio do Amoco Milford Haven, que levava 144 mil toneladas de óleo, na costa de Gênova, em 1991. A limpeza daquela região foi concluída em 2008, 17 anos depois do acidente, e a carcaça do Haven ainda se encontra no leito do mar, disse Luigi Alcaro, chefe para emergências marítimas da Ispra, a agência governamental italiana para o ambiente. "Se o Costa Concordia deslizar um pouco mais para baixo e o combustível começar a vazar para água, poderemos falar em anos e em dezenas de milhões de euros para a limpeza", disse Alcaro à Reuters. A quantidade de combustível a bordo do Costa Concordia - 2.380 toneladas de diesel pesado e de óleo lubrificante, é comparável ao que é transportado por um petroleiro pequeno, disse o ministro do Meio Ambiente da Itália, Corrado Clini, ao Parlamento esta semana. Por enquanto, os tanques de combustível parecem intactos.

Altamente tóxico Clini afirmou que mesmo um vazamento controlado seria altamente tóxico para a flora e a fauna da região, um parque natural marítimo conhecido por suas águas claras e pelos corais e vida marinha variados. A ilha de Giglio é um renomado lugar para mergulho e o arquipélago ao redor abriga mais de 700 espécies botânicas e animais, incluindo tartarugas, golfinhos e focas. Alcaro afirmou que o cenário mais otimista seria estabilizar o navio e bombear o óleo por meio de uma técnica conhecida como "hot tap". "O óleo no navio é muito grosso e pegajoso, então será preciso perfurar o casco e aquecê-lo para torná-lo mais fluido e mais fácil de extrair", disse ele à Reuters. "Isso pode ser feito em cerca de um mês nos 13 tanques externos do navio. Há outros 10 tanques no interior, e esses são muito mais difíceis de alcançar", afirmou. Caso a embarcação escorregue ainda mais para dentro da água, porém, o melhor seria que os tanques se rompessem e o combustível boiasse até a superfície, disse ele. "Haveria pânico por algumas semanas, é claro, mas o 'mar negro' de combustível o tornaria visível e mais fácil de recolher. O pior cenário de todos é ter o óleo vazando lentamente."

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