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Roma

Itália desbarata grupo que levava travestis do Brasil

A Polícia Militar de Roma prendeu nesta semana três integrantes de uma quadrilha que obrigava transexuais brasileiros a trabalhar na via Palmiro Togliatti, conhecida rua de prostituição masculina da capital italiana.

Os três - um brasileiro e dois italianos -foram presos a partir de uma denúncia feita por um travesti brasileiro, que teria sido explorado pelo bando.

Com uma dívida de 12 mil euros - mais de R$ 31 mil -, valor cobrado aos travestis pelos "serviços" da quadrilha, o rapaz denunciou o grupo ao serviço social da Prefeitura de Roma, afirmando ser vítima de exploração.

Conforme informações do Núcleo Operativo dos Carabinieri da via In Selci, onde foram feitas as investigações, a quadrilha se dedicava ao recrutamento dos brasileiros e era responsável por colocá-los na rua.

"Era o brasileiro que organizava toda a operação de ingresso de seus conterrâneos na Itália", disse o major Lorenzo Sabatino, comandante do Núcleo dos Carabinieri.

"Depois de entrarem no país, viravam vítimas da prostituição de rua. Todos os transexuais eram obrigados a pagar o que recebiam diariamente para saldar o débito com a quadrilha."

De acordo com o major Sabatino, além dos três presos, também foram notificadas outras oito pessoas, responsáveis pelo alojamento, acompanhamento dos transexuais brasileiros ao local de prostituição e controle da atividade deles.

Nesses alojamentos, a Polícia romana notificou também 12 transexuais brasileiros. Oito receberam documento formal de expulsão e deverão deixar o país. Os quatro restantes foram presos por serem reincidentes.

Eles já tinham sido avisados que deveriam retornar ao Brasil por estarem ilegalmente na Itália, mas nunca cumpriram a ordem de expulsão.

"Iniciamos as investigações no final de 2005", informou Sabatino. "O jovem brasileiro nos informou que, além dele, vários conterrâneos estavam nas mãos dessa organização, que financiava a entrada ilegal deles na Itália."

Os policiais acreditam que o grupo exigia os 12 mil euros para pagar a passagem aérea do Brasil, o aluguel dos apartamentos onde os transexuais dormiam e o pedaço de calçada em que trabalhavam.

"Várias pessoas foram ouvidas. Prendemos os chefes da quadrilha e conseguimos localizar seis apartamentos, em diferentes bairros de Roma, que abrigavam os brasileiros clandestinos. Os três presos irão responder pelos crimes de favorecimento da prostituição e exploração da imigração clandestina."

A Polícia não sabe informar o número total de transexuais do Brasil que se prostituem nas ruas da capital italiana. Mas acredita que vários grupos estejam tirando proveito da situação de ilegalidade dos brasileiros na cidade para ganhar dinheiro.

Na Itália, é ilegal tirar proveito da prostituição. Quem ganha ilegalmente, explorando homens ou mulheres corre o risco de ser preso.

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