O Senado da Itália começará a discutir nesta segunda-feira (9) uma lei que pode forçar os médicos a retomar a alimentação normal de Eluana Englaro, em coma há 17 anos. O caso da mulher em estado vegetativo tem dividido o país. A proposta deve ser debatida pelo plenário da Casa à tarde e a previsão é de que seja rapidamente aprovada. O primeiro-ministro Silvio Berlusconi apoia o projeto e o Parlamento é dominado por sua coalizão conservadora. O Senado pode aprovar a medida já amanhã e a Câmara dos Deputados, alguns dias depois.
Eluana, de 38 anos, vive em estado vegetativo desde que sofreu um acidente de carro, há 17. Os médicos afirmam que o caso dela é irreversível. No fim do ano passado, seu pai conseguiu, após uma década de batalha judicial, uma permissão para que os tubos de alimentação de Eluana fossem retirados. O pai afirma que esse era o desejo da mulher.
No entanto, o governo italiano de centro-direita, apoiado pelo Vaticano, tenta mantê-la viva e corre contra o tempo para passar uma lei proibindo a suspensão da alimentação para pacientes como Eluana. A retirada gradual da alimentação e da água dada a ela começou na sexta-feira. Os médicos e a família afirmam que estão agindo conforme as decisões das instâncias judiciárias superiores do país.
O caso tem envolvido a população italiana. Os dois lados realizaram passeatas em frente ao centro médico em Udine, no nordeste da Itália, onde Eluana é mantida. A Itália não permite a eutanásia, mas os pacientes têm o direito de recusar tratamento. Berlusconi já disse que parar de alimentar Eluana é como "matar um ser humano que ainda está vivo". Segundo ele, a mulher poderia em tese ter um bebê.
O governo passou na sexta-feira um decreto emergencial para evitar que os tubos de Eluana sejam retirados. A medida levou a uma crise institucional no país, pois o presidente, Giorgio Napolitano, rejeitou a medida, argumentando que contrariava decisões judiciais.
- Berlusconi faz projeto de lei para tentar impedir eutanásia de Eluana na Itália
- Berlusconi ordena que mulher em coma seja mantida viva
- Médicos começam a reduzir alimentação de italiana que ganhou direito de morrer
- Alimentação da italiana que ganhou o direito de morrer será reduzida na sexta
- Pai da italiana que ganhou o direito de morrer pede "silêncio e respeito"
- Italiana que está em coma há 17 anos é transferida para hospital para morrer
Como a eleição de Trump afeta Lula, STF e parceria com a China
Alexandre de Moraes cita a si mesmo 44 vezes em operação que mira Bolsonaro; acompanhe o Entrelinhas
Policial federal preso diz que foi cooptado por agente da cúpula da Abin para espionar Lula
Rússia lança pela 1ª vez míssil balístico intercontinental contra a Ucrânia
Deixe sua opinião