Roma - O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, assinaram ontem, em Roma, um compromisso de cooperação nuclear que abrange desde a pesquisa e o tratamento de lixo nuclear até a construção de usinas atômicas de última geração na Itália.
Antes do encontro, o ministro italiano da Indústria, Claudio Scajola, afirmou que o acordo também incluiria cooperação tecnológica e treinamento.
O documento abre caminho para o fim da suspensão ao programa nuclear italiano, que foi decidida por referendo há 21 anos, depois do desastre de Chernobyl, em 1987.
Para o governo Berlusconi, é necessário retomar o programa o quanto antes. "Com a França propondo uma aliança ilimitada, precisamos acordar desse sono e começar a construir usinas atômicas", afirmou Berlusconi, argumentando que a produção de energia nuclear é limpa e segura.
Berlusconi também disse compartilhar com Sarkozy a opinião de que o futuro da Europa não são os combustíveis fósseis, mas "as energias renováveis" e "a nuclear".
Segundo Sarkozy, a energia atômica tem de se tornar "um assunto europeu, pois representa a chave do desenvolvimento".
O acordo teve o apoio da empresa de serviços públicos italiana Enel e da gigante energética francesa EDF, que farão um estudo conjunto para a construção de quatro instalações atômicas na Itália. A primeira delas tem funcionamento previsto para 2020.
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