Roma - O governo de centro-direita da Itália quer introduzir um teto de 30% no número de alunos estrangeiros por sala de aula, na crença de que a medida ajudará as crianças imigrantes a integrar-se aos colegas italianos, revelou ontem a ministra da Educação, Mariastella Gelmini. "Tem havido muitos casos de classes quase inteiramente compostas por estudantes imigrantes e obviamente tais condições não são ideais para uma imigração apropriada", afirmou a ministra.
Segundo Mariastella, crianças imigrantes aprenderiam melhor o idioma italiano caso se misturassem mais com estudantes locais.
Gelmini tem sido um dos membros mais controversos do ministério de Berlusconi, provocando protestos em escolas e universidades com reformas que incluíram o corte de professores e um maior rigor disciplinar.
Outras medidas
As quotas são a mais recente de uma série de iniciativas destinadas a regular a situação dos imigrantes no país, que incluem leis mais duras contra os ilegais. As medidas impulsionaram a popularidade do primeiro-ministro Silvio Berlusconi, mas também lhe renderam acusações de racismo.
No mês passado, após uma sequência de ataques sexuais contra jovens italianas atribuída a estrangeiros, o governo Berlusconi aprovou a criação de "rondas de cidadãos" para controlar a segurança nas ruas proposta defendida há anos pelos militantes de tendência xenófoba da Liga Norte, partido da coalizão de Berlusconi.
As "rondas de cidadãos" serão controladas pelos prefeitos de cada cidade e seus integrantes não poderão andar armados.