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polêmica

Itália pede que Tunísia detenha imigração clandestina

O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, disse nesta segunda na Tunísia que espera fechar em breve um acordo com o governo local para deter o fluxo de imigrantes clandestinos do Norte da África que têm lotado a pequena ilha italiana de Lampedusa, na jornada rumo à Europa continental.

Berlusconi sinalizou com ajuda financeira da Itália para que a Tunísia melhore seu controle das fronteiras e na patrulha naval do Mar Mediterrâneo. Cerca de 23 mil clandestinos, a maioria da Tunísia, chegaram a Lampedusa ou às costas da Sicília e do sul da Itália desde meados de janeiro, quando uma revolução popular derrubou o regime de Zine El Abidine Ben Ali. Ben Ali reprimia traficantes de imigrantes que agiam na costa tunisina, mas o governo interino que assumiu em janeiro tem adotado outra postura.

Lampedusa atualmente está com 6 mil imigrantes. A ilha possui 5 mil moradores e o governo italiano transferiu milhares de clandestinos para o continente na semana passada, mas mais imigrantes continuam a desembarcar, com 800 chegando nesta madrugada.

A Marinha da Itália transferiu outros 300 clandestinos tunisianos de Lampedusa para um acampamento montado para os imigrantes em Santa Maria Cápua Vetere, perto de Nápoles. Os imigrantes que são transferidos para o sul da Itália aguardam os papéis para deportação.

Berlusconi teve uma reunião com o presidente interino da Tunísia Fuad Mebazaa, e outro encontro com o primeiro-ministro Beji Caid-Essebsi. "Existe uma grande disposição de ambas as partes para encontrar uma solução, a qual passará pelo controle da costa da Tunísia", disse Berlusconi.

O premiê agora está sob forte pressão na Itália para controlar a imigração. No final de semana, Berlusconi disse que os italianos precisam ser tolerantes e lembrou que no passado a Itália foi um país de imigrantes, com milhões partindo para as Américas em busca de uma vida melhor.

Mesmo antes da revolução que derrubou Ben Ali, a Tunísia já sofria com uma taxa desemprego de 14%. A situação pode ter piorado porque a rebelião afugentou investidores estrangeiros e também atingiu a indústria do turismo, um dos pilares da economia local. Os imigrantes chegam ao sul da Itália, uma região relativamente pobre para padrões europeus e também com uma alta taxa de desemprego.

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