Apelo
Papa pede ao Ocidente tolerância a estrangeiros
O Papa Bento XVI pediu ontem aos católicos do Ocidente que não se deixem levar pelo "medo dos estrangeiros". O apelo foi feito perante 300 mil fiéis em uma visita a Vêneto, perto de Veneza.
O Pontífice referiu-se à acolhida dos imigrantes, dizendo que não é preciso ter "medo dos outros, dos estrangeiros, das pessoas que vêm de longe" e que parecem "causar danos".
A Europa é atingida pela polêmica sobre o fluxo de imigrantes procedentes da Tunísia e da Líbia. A Itália, na linha de frente principalmente por sua localização próxima à costa norte-africana, acusa seus parceiros europeus de falta de solidariedade.
Cerca de 300 mil fiéis católicos assistiram a uma missa conduzida pelo Papa Bento XVI no parque San Giuliano, em frente a Veneza. Milhares de pessoas começaram a chegar ao local nas primeiras horas da manhã, muitas delas de bicicleta. Em poucas horas, o parque de mais de 700 hectares recentemente reformado e transformado em área de proteção ambiental estava repleto de famílias e jovens.
O Papa realizou uma visita pastoral de dois dias à região, iniciada no sábado, quando foi a Aquileia, perto da fronteira com a Eslovênia, e à Praça de São Marco, em Veneza.
Em uma metáfora, o Papa comparou a sociedade europeia com "uma cidade líquida" onde reina "o efêmero e o relativo" e convocou os líderes políticos a manifestar sua "liberdade", pondo fim a esta "inconsistência".
Foto: Alessandro Bianchi/ReutersPapa participa de passeio de gôndola no Grande Canal de Veneza, um trajeto feito antes por Paulo VI e João Paulo II
AFP
A guarda costeira italiana e pescadores conseguiram salvar ontem 500 refugiados que viajavam em um barco que encalhou perto da Ilha de Lampedusa (sul da Itália), em uma operação qualificada por um socorrista como um "milagre".
"Conseguimos resgatar todos os passageiros", afirmou o porta-voz da Capitania dos Portos, Vittorio Alessandro.
As imagens transmitidas pela televisão italiana mostravam cenas dramáticas de refugiados agarrados às cordas tentando levar o barco pesqueiro até a margem e alguns homens que nadavam para ajudá-los. As fortes ondas empurravam o barco contra as rochas.
"Havia cerca de 500 pessoas na embarcação. A situação era difícil. Nossos barcos de patrulha não podiam se aproximar devido à pouca profundidade das águas e devido à ressaca, que era muito forte", explicou Antonio Morana, da guarda costeira. "Para ser honestos, quando terminamos começamos a chorar e a nos abraçarmos. Todos pensávamos nestas crianças no mar. Foi inacreditável. Foi um verdadeiro milagre que conseguimos salvá-los", acrescentou.
Violência
Nas últimas semanas, milhares de refugiados abandonaram a Líbia, país afundado em uma guerra civil, e chegaram à costa de Lampedusa. A ilha é o ponto mais setentrional da Itália e, portanto, mais próximo ao norte da África.
Segundo Vittorio Alessandro, a embarcação se dirigia a Malta escoltada pela guarda costeira do país, mas finalmente foi desviada para ir até Lampedusa. "Quando se aproximava do porto de Lampedusa, virou subitamente para as pedras. Houve muito pânico a bordo", disse.
Alguns dos refugiados ficaram levemente feridos e foram hospitalizados. Interrogado sobre o ocorrido, Morana indicou que há uma investigação em curso sobre as causas do acidente, mas acredita que se tratou de uma "falha do leme".
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