Roma O primeiro-ministro da Itália, Romano Prodi, disse ontem que seu país está disposto a comandar a força de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no sul do Líbano, a Finul. Prodi disse ter comunicado essa posição ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan, que deverá tomar uma decisão no próximo fim de semana, provavelmente depois de um giro pelos países do Oriente Médio com influência na questão libanesa.
A Finul foi criada em 1978 como força de observação da fronteira entre Líbano e Israel, tendo um contingente de apenas 2 mil homens. No dia 11, como parte das medidas para o cessar-fogo entre Israel e o grupo xiita Hezbollah, o conselho de Segurança da ONU aprovou a expansão da Finul para 15 mil soldados. Esse contingente será estacionado no sul libanês, onde atuará em conjunto com o Exército libanês para impedir que a área seja utilizada pelo Hezbollah em ataques contra Israel.
A Itália é o país que até agora ofereceu mais soldados para a Finul: 3 mil, dos quais 2 mil poderiam fazer parte do primeiro contingente de 3,5 mil homens que a ONU espera mandar ao sul do Líbano por volva do dia 2 de setembro.
A Itália tem a simpatia do primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, que vê com reticências o comando da França na Finul, já que os franceses são aliados do Líbano, sua ex-colônia. Além disso, a França, que atualmente lidera a Finul, ofereceu apenas 200 soldados e se mostra hesitante quanto a comandar a força ampliada.
Como a resolução da ONU não deixa claras as atribuições da nova Finul, a França, como outros países, temem ver suas tropas arrastadas para confrontos com o Hezbollah. Ontem, diplomatas na ONU disseram que o CS aprovará uma nova resolução para especificar as funções da Finul.
Na atual circunstância, então, esse papel-chave caberia à Itália, já que a França se mostra reticente, a Alemanha tem motivos próprios para não enviar tropas ao sul do Líbano, fronteira com Israel (por causa do Holocausto). A Espanha só prometeu 700 soldados e a Grã-Bretanha (firme aliada dos EUA) ofereceu aviões.
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