A Itália está se preparando para um possível êxodo de migrantes fugindo da turbulência no norte de África, disse um ministro nesta quinta-feira, depois de vários grupos de imigrantes ilegais da Tunísia terem sido abordados durante a noite.
Centenas de migrantes voltaram a chegar em grupos à Itália nos últimos dias, após um período de mau tempo que desencorajou a partida dos barcos do norte da África.
O ministro italiano do Interior, Roberto Maroni, disse que uma missão humanitária foi enviada à Tunísia para oferecer alimentos e assistência médica aos refugiados, mas que isso talvez não baste para evitar um grande afluxo de gente para a costa do sul da Itália.
"Nós temos um plano B pronto", disse Maroni em entrevista coletiva. "As autoridades estão elaborando um plano para lidar com os imigrantes caso eles cheguem."
Três barcos chegaram durante a noite à ilha siciliana de Lampedusa, levando a bordo cerca de 160 imigrantes. Na quarta-feira, outros 500 africanos já haviam desembarcado na ilha.
Ao todo, mais de 6 mil imigrantes da Tunísia chegaram à Itália desde a derrubada do presidente Zine al Abidine Ben Ali, em meados de janeiro.
Depois disso, dezenas de milhares de pessoas entraram na Tunísia fugindo da violência na Líbia, causada pela repressão aos protestos contra o líder líbio, Muamar Kadafi.
Essa situação sobrecarrega a capacidade da Tunísia de prestar assistência. A Itália é um dos vários países europeus que já se comprometeram a ajudar os trabalhadores do Egito que fugiram da Líbia para a Tunísia.
O governo do primeiro-ministro Silvio Berlusconi, que faz da repressão à imigração ilegal uma prioridade de seu governo, ficou alarmado com a perspectiva de uma nova onda de estrangeiros chegando de barco à Itália por causa da instabilidade no norte da África.
A Itália qualifica a atual onda de imigração como uma emergência humanitária, e já avisou que centenas de milhares de pessoas poderão fugir para o seu litoral.
O governo italiano pediu a seus parceiros europeus que ofereçam recursos financeiros e ajudem a abrigar os imigrantes. Alguns países da UE dizem, no entanto, que é cedo para dizer quantas pessoas poderão se refugiar no continente.
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