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Cecilia Sala

Itália solicita que Irã liberte imediatamente jornalista italiana detida arbitrariamente no país

Itália solicita que Irã liberte imediatamente jornalista italiana detida arbitrariamente no país
Protesto em Torino, na Itália, pela libertação da jornalista Cecilia Sala (Foto: EFE/EPA/JESSICA PASQUALON)

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O governo da Itália pediu nesta quinta-feira (2) às autoridades do regime islâmico do Irã a “libertação imediata” da jornalista italiana Cecilia Sala, que está presa arbitrariamente no país há 14 dias em condições “extremamente difíceis” na temida prisão de Evin.

O secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Riccardo Guariglia, convocou o embaixador do regime iraniano em Roma, Mohammad Reza Sabouri, a quem “pediu, em primeiro lugar, a libertação imediata de sua compatriota, que chegou ao Irã com um visto regular de jornalista”, informou a chancelaria.

Guariglia “também reiterou o pedido de que sejam garantidas condições dignas de detenção, com respeito aos direitos humanos, que seja assegurada assistência consular completa à compatriota, permitindo que a embaixada da Itália em Teerã a visite e lhe forneça os itens de conforto que lhe foram negados até agora”, acrescentou.

O ministro das Relações Exteriores italiano, Antonio Tajani, ordenou a convocação do embaixador iraniano depois de Cecilia ter revelado que está em condições “extremamente difíceis”.

A jornalista, acusada pelo regime iraniano de “violar as leis da República Islâmica”, conseguiu telefonar nesta quarta-feira (1º) para sua família, depois de dias de silêncio, para contar que está em condições “extremamente difíceis” e pedir uma intervenção rápida a fim de garantir sua libertação.

Cecilia dorme no chão de sua cela permanentemente iluminada, com apenas dois cobertores, e passou as duas últimas semanas em isolamento total, durante as quais só conseguiu ver apenas uma vez a embaixadora italiana no Irã, Paola Amadei, conforme contou aos pais e ao companheiro.

Ela nem mesmo vê os guardas porque eles passam sua comida por uma fresta na porta. Além disso, não recebeu nenhuma encomenda e seus óculos foram confiscados, de forma que não pode ler, segundo disseram seus parentes à imprensa.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, convocou uma reunião nesta quinta-feira na sede do governo para tratar da situação de Cecilia. A reunião contou com a participação de Tajani, do ministro da Justiça, Carlo Nordio; o subsecretário da Presidência, Alfredo Mantovano; e membros dos serviços de inteligência.

O governo italiano solicitou “garantias completas sobre as condições de detenção” de Cecilia e sua “libertação imediata”, por meio de uma nota entregue por Amadei às autoridades iranianas.

Enquanto o governo da Itália continua as negociações para a libertação da jornalista, ganhou força na imprensa local a hipótese de que as autoridades do Irã querem trocá-la por um cidadão iraniano preso na Itália e para o qual os Estados Unidos solicitaram extradição.

Cecilia, de 29 anos, especialista em jornalismo internacional e colaboradora do jornal “Il Foglio”, foi presa no dia 19 de dezembro em seu hotel em Teerã, pouco antes de ir ao aeroporto para retornar ao seu país.

A profissional estava no Irã com um visto de jornalista e havia publicado reportagens sobre a situação no país e como ela foi afetada pela queda do regime na vizinha Síria. Além disso, produziu reportagens no Irã sobre as condições das mulheres, como sua participação em 17 de dezembro em um podcast sobre o “patriarcado em Teerã”.

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