O novo governo italiano liderado pelo moderado Enrico Letta prestou juramento ontem, apoiado numa inédita coalizão de partidos da esquerda e direita com a qual pretende tirar o país da crise, apesar da falta de experiência de vários de seus ministros.
Letta, incumbido na última quarta-feira, 24, pelo presidente Giorgio Napolitano de formar um governo, foi o primeiro a jurar sobre a Constituição. Foi seguido pelos 21 ministros de seu gabinete. O governo de Letta se destaca por uma idade média relativamente baixa (53 anos, dez anos a menos que o governo Monti) e por uma forte presença feminina (7 dos 21 ministros).
O novo Executivo, formado após dois meses de paralisia política, é resultado de uma divisão equilibrada, com nove ministros do Partido Democrata, maior grupo de centro-esquerda, cinco do partido do ex-premiê Silvio Berlusconi, o Povo da Liberdade (direita), três centristas e quatro tecnocratas.
De acordo com a maioria dos analistas, o governo era como afirmou o presidente Giorgio Napolitano "o único governo possível" após as eleições legislativas de 24 e 25 de fevereiro, nas quais a esquerda ganhou a maioria absoluta na Câmara de Deputados, mas não no Senado.
Diversos jornais de esquerda expressaram sua preocupação acerca da influência que Berlusconi poderia ter sobre o Executivo, já que seu braço direito, o próprio vice-primeiro-ministro Alfano, é o número dois do governo.
Atentado
Pedreiro desempregado fere dois policiais em tiroteio
Agência Estado
Um pedreiro desempregado atirou em dois policiais que estavam em uma praça romana em frente ao gabinete do primeiro-ministro quando o novo governo da Itália estava sendo empossado, ontem, informaram investigadores.
O agressor pretendia atacar políticos italianos, mas como não havia nenhum no local ele decidiu atirar nos carabinieiri que estavam na praça, disse o promotor romano Pierfilippo Laviani. Ele disse a jornalistas que a informação se baseava em depoimento do próprio pedreiro, detido imediatamente após o ataque.
O atirador foi identificado como Luigi Preiti, um pedreiro desempregado de 49 anos de idade oriundo da Calábria, no sul da Itália. Ele atirou seis vezes contra os policiais na praça em frente ao Palácio Chigi, sede do governo.
O agressor, vestido de paletó e gravata, foi rapidamente dominado e preso. Ele também ficou ferido no tiroteio. Os dois policiais atingidos foram hospitalizados, mas não corriam risco. Uma gestante que passava pelo local ficou levemente ferida, mas passava bem depois do susto.
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