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Bolívia

Itamaraty abrirá inquérito para investigar vinda de senador boliviano

Roger Pinto Molina, que é opositor do presidente Evo Morales, chegou ao Brasil na noite de ontem | Gaston Brito / Reuters
Roger Pinto Molina, que é opositor do presidente Evo Morales, chegou ao Brasil na noite de ontem (Foto: Gaston Brito / Reuters)

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil abrirá inquérito para investigar a saída do senador boliviano Roger Pinto Molina e sua entrada no território brasileiro, realizada na noite de ontem.

Por meio de nota, o Itamaraty informou que está reunindo informações sobre as circunstâncias da viagem feita por Molina e que "tomará as medidas administrativas e disciplinares cabíveis".

O encarregado de negócios do Brasil em La Paz, Eduardo Saboia, será chamado a Brasília para esclarecimentos. Para poder se dedicar ao caso, o chanceler Antonio Patriota adiou uma viagem que faria à Finlândia.

O governo da Bolívia considera que o senador fugiu de seu país como um "criminoso" e diz que espera uma explicação oficial do Brasil sobre os detalhes do ocorrido.

"Essa fuga, obviamente, tem que ser explicada e informada pelo governo brasileiro. Não sabemos exatamente como foi feito", disse hoje à imprensa o ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana.

Molina, que é opositor do presidente Evo Morales, chegou ao Brasil na noite de ontem após deixar a embaixada brasileira em La Paz, local em que morou por mais de um ano. Molina entrou na legação diplomática no dia 28 de maio de 2012 e, dez dias depois, o governo brasileiro lhe concedeu o status de asilado político.

O senador boliviano saiu de seu país em um veículo oficial brasileiro escoltado por soldados, segundo o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado brasileiro, Ricardo Ferraço. A viagem de La Paz até Corumbá (MS) teria durado 22 horas. De lá, Molina pegou um avião particular até Brasília.

O governo boliviano sempre se negou a conceder o salvo-conduto necessário para que Molina pudesse deixar seu país e vir ao Brasil, com o argumento de que ele não é um perseguido político, mas um acusado de corrupção.

"Molina fugiu como um criminoso comum, como um delinquente que foge da prisão de Chonchocoro ou da prisão de São Pedro (ambas em La Paz)", acrescentou o ministro Quintana.

Quintana disse que entende que o próximo passo é pedir que a promotoria da Bolívia acione de forma automática uma ordem de prisão na Interpol de "um foragido da justiça".

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