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Santiago de Compostela

Itamaraty confirma morte de brasileira em desastre de trem

Príncipe Felipe oferece condolências a familiares das vítimas do acidente ferroviário | Lavandeira Jr./Reuters
Príncipe Felipe oferece condolências a familiares das vítimas do acidente ferroviário (Foto: Lavandeira Jr./Reuters)

Uma brasileira que vivia na Espanha é a segunda vítima do país identificada entre os 79 mortos no acidente de trem ocorrido em Santiago de Compostela na última quarta-feira.

Segundo a polícia, ela é Marcia Suarez Pena, nascida em 1965. Ela vivia na Espanha com a família. O Itamaraty confirmou a morte da mulher, que também tinha nacionalidade espanhola, mas não confirmou seu nome.

A outra vítima brasileira foi o carioca Fabio Cundines Antelo, de 25 anos. O consulado brasileiro em Madri entrou em contato com as duas famílias – que estão estabelecidas na Espanha – para oferecer ajuda do governo, mas os familiares dispensaram, segundo o Itamaraty.

O nome da brasileira foi identificado na lista mais recente divulgada pela polícia da Galícia, no fim de semana.

Brasileiro

Antelo viveu a maior parte de sua vida em Santiago de Compostela, depois de deixar o Brasil com a família. Foi para lá que a família dele, que tinha mãe brasileira e pai espanhol, se mudou quando ele tinha 3 anos.

Nascido no Rio de Janei­ro, ele se tornou "espanhol até a espinha", mas "tinha muito orgulho de ter sangue brasileiro", contou o jornalista Javier Departe, que estudou com ele no colégio.

"Ele era o menino bonito da turma mas, ao mesmo tempo, muito humilde e atencioso com todos. Uma pessoa excepcional", diz.

Segundo amigos do brasileiro, a família dele está está em estado de choque.

Antelo gostava de futebol e era muito envolvido em causas sociais, a maior parte ligada à política interna espanhola.

"Era uma pessoa muito profunda e inteligente", afirma Departe.

A maior parte das vítimas do acidente era espanhola, mas no grupo havia também estrangeiros de países como Venezuela, Argélia, Estados Unidos, México e Itália.

MemóriaEspanha homenageia vítimas de acidente em missa oficial

Reuters

Os espanhóis participaram ontem de uma missa em homenagem às 79 pessoas que morreram no pior desastre ferroviário do país em décadas, enquanto investigadores se preparavam para analisar informações da "caixa-preta" do trem.

O maquinista Francisco José Garzón Amo, de 52 anos, foi acusado de 79 crimes de homicídio por negligência e liberado até o julgamento, depois que um juiz determinou que ele não apresentava risco de fuga.

O primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, e o príncipe Felipe estavam na missa ontem na catedral de Santiago de Compostela, local de um santuário religioso, no noroeste da Espanha, onde o trem de alta velocidade descarrilou na semana passada depois de passar por uma curva rápido demais.

Investigadores devem começar a analisar hoje os dados do dispositivo de gravação de dados do trem para tentar determinar como Garzón excedeu os limites de velocidade, apesar de um sistema de controle que deveria forçá-lo a desacelerar, disse uma fonte judicial à Reuters.

O príncipe Felipe, sua mulher, Letizia, a infanta Elena, Rajoy, membros do gabinete e líderes regionais estavam na parte da frente da catedral ao lado das famílias das vítimas e de membros dos serviços de emergência. Dezenas de simpatizantes reuniram-se na parte de trás da catedral e na Plaza del Obradoiro, do lado de fora.

"Desde o primeiro momento, as famílias que perderam seus entes queridos estão em nossos corações e nos corações da Galícia e da Espanha", disse o arcebispo Julian Barrio em sua homilia, acrescentando que as famílias afetadas por um acidente de ônibus na Itália no domingo também estavam em suas preces.

Até a noite de ontem, 69 pessoas permaneciam internadas, sendo 22 delas em estado grave.

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