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O Itamaraty anunciou nesta sexta-feira um novo plano de resgate dos cidadãos brasileiros que estão no Líbano. Segundo o embaixador Everton Vieira Vargas, a Força Aérea Brasileira (FAB) vai realizar pelo menos mais quatro vôos ao Oriente Médio a fim de resgatar cerca de 460 pessoas que tentam deixar a região do conflito. Outros 50 brasileiros sairão do Líbano em um navio canadense que deixa Beirute com destino à Turquia no próximo domingo. A "carona" foi uma oferta espontânea do governo do Canadá.

Na operação de resgate, serão usados dois Boeing 707 da Força Aérea Brasileira (FAB), um com capacidade para 150 pessoas e outro, para 80. Os vôos, que sairão de Adana, na Turquia, estão previstos para acontecer no domingo, na segunda, na quarta e na quinta-feira. Os aviões farão escala em Recife e seguirão para São Paulo. Há possibilidade de também irem para o Rio.

Nesta sexta-feira, dois ônibus com 96 brasileiros a bordo deixaram Beirute e Damasco com destino a Adana. Os veículos já cruzaram a fronteira e estão na Turquia. Os brasileiros que saíram de Beirute têm bilhetes aéreos e serão encaminhados para companhias aéreas, ou seja, não virão nos aviões da FAB. O Itamaraty ainda não sabe como os passageiros do ônibus originário de Damasco voltarão ao Brasil.

Na manhã de sábado, saírão de Beirute, com destino a Adana, mais três ônibus levando 144 pessoas que voltarão ao Brasil nos vôos da FAB. A viagem por terra de Beirute a Adana demora em torno de 12 horas.

Alguns países, como Índia, Irlanda e Austrália, usaram ônibus também, mas evacuações em massa estão sendo feitas de navio, a partir do porto de Beirute, que está preservado dos ataques de Israel.

Segundo Vargas, o governo brasileiro negocia com empresas brasileiras e estraneiras o envio de aviões comerciais para buscar mais brasileiros que estejam presos na região do conflito. O embaixador citou uma oferta feita na quinta-feira pela Varig e contou que o chanceler Celso Amorim entrou em contato com dirigentes de companhias aéreas brasileiras e do Oriente Médio para solicitar o serviço.

Em entrevista por telefone à GloboNews, o embaixador Cesário Melantônio garantiu que o governo brasileiro não está considerando o uso de navios para retirar os brasileiros que desejam fugir do Líbano.

Segundo ele, o escritório de emergência montado na Turquia, na cidade de Adana, para atender os brasileiros tem condição de dar apoio aos cidadãos que não possam viajar imediatamente para Istambul, ou para cidades européias que tenham vôos para o Brasil. A cidade conta com boa infra-estrutura hoteleira, mas o diplomata não precisou se o governo brasileiro apoiaria financeiramente aqueles que por uma razão ou outra não consigam embarcar imediatamente em Adana.

O escritório de emergência aberto em Adana deverá funcionar até o fim deste mês, em princípio. Se for necessário, disse Melantônio, ele permanecerá aberto por mais tempo. Diplomatas que saíram do Brasil, de Londres e do Líbano, além do pessoal da missão na Turquia, integram o escritório.

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, falou com o chanceler turco, Abdullah Güll, para pedir todo o apoio possível aos brasileiros.

Nesta sexta-feira, comparecendo à Cúpula do Mercosul, realizada na cidade argentina de Córdoba , o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se disse chocado com a situação no Líbano.

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