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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, garantiu nesta segunda-feira (8) que “já há uma data” para a invasão de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, onde milhares de palestinos buscaram refúgio após o início da guerra, desencadeada após os ataques terroristas do Hamas.
Em uma mensagem de vídeo, Netanyahu explicou que recebeu informações detalhadas sobre o progresso das negociações indiretas entre Israel e o Hamas no Cairo para chegar a um acordo de cessar-fogo e à libertação dos reféns israelenses no enclave palestino.
A vitória de Israel sobre o Hamas “requer entrar em Rafah e eliminar os batalhões terroristas. Isso vai acontecer, já há uma data”, disse o primeiro-ministro.
Netanyahu parecia responder desta forma às críticas dos seus parceiros Itamar Ben Gvir e Bezalel Smotrich, políticos que integram o governo e que nas últimas horas enviaram mensagens de alerta ao primeiro-ministro em reação à informação de que houve “avanços” nas negociações e também à redução do contingente das tropas israelenses no sul da Faixa.
“Se o primeiro-ministro [Netanyahu] decidir acabar com a guerra sem um ataque extensivo a Rafah para derrotar o Hamas, não terá mandato para continuar servindo como primeiro-ministro”, escreveu na rede social X Ben Gvir, líder do partido Poder Judeu e ministro da Segurança Nacional.
Por sua vez, uma fonte do grupo terrorista Hamas confirmou à Agência EFE que o grupo recebeu uma proposta de acordo que inclui o regresso dos deslocados a Gaza, mas não às suas casas, e sim aos campos de refugiados.
“Acreditamos que a ocupação está tentando ganhar tempo fingindo que está fazendo ofertas sérias”, disse a fonte, que frisou que o Hamas não “aceitará qualquer acordo que não contemple um cessar-fogo que leve ao fim da guerra”, permitindo o regresso dos deslocados às suas casas e a retirada total das forças israelenses, além de um aumento substancial da ajuda humanitária.
No entanto, a fonte observou que os líderes do Hamas em Gaza ainda discutirão a proposta antes de dar uma resposta definitiva.
Por sua vez, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse nesta segunda-feira que este é o “momento oportuno” para se alcançar um acordo que permita liberar todos reféns que estão sob custódia do Hamas.
Já a Casa Branca afirmou que um cessar-fogo no conflito só “depende agora do Hamas”. John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, disse que os terroristas estão com a palavra para decidir ou não sobre o avanço da proposta apresentada por negociadores neste final de semana. (Com Agência EFE)