Os advogados do ex-presidente da França Jacques Chirac disseram que ele não vai comparecer à abertura de seu próprio julgamento sob acusações de corrupção, nesta segunda-feira, por motivos de saúde. Eles apresentaram um relatório médico ao tribunal na sexta-feira (3).
Chirac, de 78 anos, está em férias no balneário de Saint Tropez, na Riviera. Seu genro, Frederic Salat-Baroux, disse neste sábado que a saúde do ex-presidente "vem piorando há vários meses" e que ele "já não tem memória" para comparecer ao julgamento.
Chirac é acusado de ter desviado dinheiro público para seu próprio partido, o conservador União pelo Movimento Popular (UMP), quando era prefeito de Paris, durante sua campanha para a eleição presidencial de 1995. O atual ministro das Relações Exteriores da França, Alain Juppé, já foi condenado pelo mesmo caso. De 1995 a 2007, quando era presidente, Chirac tinha imunidade contra processos.
Caso seja considerado culpado, Chirac poderá ser sentenciado a dez anos de prisão e a uma multa de 150 mil euros. Ele é o primeiro ex-chefe de Estado da França a enfrentar acusações criminais desde que o marechal Philippe Pétain, líder do regime que colaborou com as forças de ocupação nazistas, foi condenado por traição ao fim da II Guerra Mundial.