James Murdoch, o óbvio herdeiro da News Corp antes do escândalo de escutas telefônicas que envolveu a empresa em julho, deverá voltar ao parlamento britânico para mais questionamentos em novembro.
Murdoch e seu pai, o octogenário Rupert, compareceram perante a comissão parlamentar de inquérito em julho, no auge do escândalo, para explicar como jornalistas do tablóide News of the World, de sua propriedade, rastrearam os telefonemas de milhares de pessoas para conseguir histórias.
Desde então, executivos que trabalham para James Murdoch vêm contradizendo seu depoimento sobre o quê ele sabia e quando ficou a par da atividade ilegal que prejudicou a reputação e o valor da empresa.
O anúncio foi feito no momento em que o predecessor de Murdoch, Les Hinton, comparece perante a mesma comissão pela segunda vez, afirmando que não foi cúmplice da tentativa de esconder o problema e que não percebeu sua dimensão.
Questionado pela comissão se estava de alguma forma sendo cúmplice em deixar inverdades e declarações enganosas corromperem a verdade, Hinton respondeu: "Eu não acho que fui cúmplice no que vocês estavam sugerindo. Olhando para trás, estou ansioso para entender exatamente o que aconteceu e o que poderíamos ter feito e que não fizemos".
Hinton, executivo que trabalhou para Murdoch por mais de 50 anos antes de renunciar ao cargo por causa das revelações das escutas ilegais em julho, disse que não tinha acompanhado a investigação interna conduzida por advogados sobre o escândalo e disse aos parlamentares em várias ocasiões que não conseguia lembrar as respostas às perguntas.
Ele também disse que estava muito ocupado na época com outras áreas do negócio.
"Para alguém que trabalhou para uma empresa de notícias por 50 anos, você não tem uma mente curiosa", disse um dos parlamentares, Damian Collins.
Hinton retrucou: "Eu não acho que estivesse sendo menos curioso do que precisasse na época".