O Parlamento do Japão aprovou neste sábado uma legislação que permite ao país expandir sua atuação militar internacional. Na prática, as medidas concedem ao governo, pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, poder para utilizar sua força militar em conflitos e intervenções mesmo que a nação não esteja sob ataque. A decisão foi bem recebida pelos Estados Unidos, parceiros do Japão, mas é vista com desconfiança pela China.
“As novas medidas aprovadas pelo Japão hoje vão contribuir para a paz e segurança internacional ao mesmo tempo em que fortalecem a aliança vital entre os nossos dois países”, afirmaram senadores norte-americanos republicanos e democráticos em declaração conjunta neste sábado. No documento, os senadores ressaltam que o país está ansioso para atuar com o Japão em orientações de Defesa recém-aprovadas entre os países. O acordo em questão foi revelado em maio e preparava o caminho para uma participação mais robusta das forças de Defesa do Japão em ações de apoio humanitário em desastres, operações de paz e missões militares.
Nem o Japão e nem os Estados Unidos justificam as mudanças pela expansão bélica da China na Ásia, mas a questão sempre esteve presente nos bastidores. O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Hong Lei, se declarou preocupado com a legislação em texto publicado na página oficial do órgão na internet. Segundo ele, a aprovação das leis suscita questionamentos sobre o Japão “estar se desviando do caminho de desenvolvimento pacífico seguido” desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
Em sua declaração, Hong diz que a China pede ao Japão para “levar a sério os problemas de segurança dos vizinhos asiáticos” e para que “aja com discrição em questões militares e de segurança”. O texto também afirma que o país “tem que fazer mais para promover a paz regional e a estabilidade, em vez de fazer o oposto”.
Manifestantes e políticos se opõem à mudança, argumentando que as atividades permitidas pela nova lei contradizem e violam a Constituição pacífica adotada pelo Japão após a guerra. No sábado, houve um protesto perto do Parlamento contra a legislação, após o resultado ser anunciado.
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