Sobrevivente do tsunami recupera álbum de fotos entre os destroços de sua casa, em Igashimat­­su­­shima, na província de Miyagi| Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP

Vazamento

Técnicos usam polímero para vedar usina

Engenheiros tentaram no sábado selar com concreto a rachadura encontrada numa câmara da usina Fukushima Daiichi, no Japão, mas a técnica não funcionou. Então, ontem, eles injetaram uma mistura de serragem, jornal picado e um polímero que pode expandir até 50 vezes seu tamanho normal quando combinado com água.

A mistura de polímeros ainda não tinha parado o vazamento na noite de ontem (horário local). Os engenheiros deverão saber hoje de manhã se o processo irá funcionar.

Os trabalhadores descobriram no sábado uma rachadura de 20 centímetros numa câmara de dois metros de profundidade onde estão os cabos do reator número 2 que, acredita-se, seja a fonte de vazamento de água altamente tóxica do núcleo do reator.

Os trabalhadores tiveram problemas para identificar a origem da água, e foi a primeira vez que eles encontraram um vazamento direto para o mar.

Ontem, o governo afirmou que serão necessários meses para que a radiação pare de vazar.

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Mais de três semanas após o terremoto e o tsunami que arrasaram a costa nordeste do Japão, equi­­pes de resgate procuram 15.552 pessoas que ainda continuam desaparecidas. Nos últimos três dias fo­­ram encontrados 78 corpos, se­­gundo a agência japonesa de notícias Kyodo News.

Cerca de 18 mil membros da Defesa Civil japonesa e 7 mil militares dos Estados Unidos estão tra­­balhando no resgate em áreas costeiras e nos maiores rios, usando helicópteros, navios e mergulhadores.

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Ainda de acordo com a agência japonesa, cerca de 500 pessoas foram retiradas ontem da cidade de Minamisanriku, distrito de Miyagi.

Um total de 1,1 mil pessoas aceitou a proposta de retirada da cidade, dentre os 9,4 mil residentes que estão em abrigos (o número equivale a mais da metade da população da cidade antes do terremoto, cujo número chegava a 17.666 em 28 de fevereiro).

O governo confirmou até agora a morte de 12.020 pessoas em decorrência do terremoto e do tsunami de 11 de março.

As tarefas de reconstrução avan­­çam muito lentamente diante das dimensões da catástrofe, com danos que o governo japonês quantifica provisoriamente en­­tre 16 trilhões e 25 trilhões de ie­­nes (R$ 308 bilhões e R$ 482 bi­­lhões).

Segundo os dados policiais, há mais de 45 mil edifícios totalmente destruídos. Estima-se que aproximadamente 168 mil lares no nordeste continuem sem eletricidade e mais de 220 mil ainda careçam de água potável.

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Funcionários mortos

Dois funcionários da empresa Tepco, que opera a central nuclear de Fukushima Daiichi, foram encontrados mortos no porão de uma das unidades da usina nuclear. Os funcionários, de 21 e 24 anos, estavam desaparecidos desde o terremoto seguido de tsunami.

Os dois trabalhavam na manutenção do prédio de turbinas do reator 4 e foram achados na última quarta-feira, quando a água contaminada por radiação foi drenada do fosso dessa parte da usina.

O presidente de honra da Tep­­co, Tsunehisa Katsumata, lamentou a morte dos jovens "que trabalhavam pela segurança da central" e disse esperar que tragédias assim "não se repitam".