O Japão buscava ajuda da Jordânia e de outros países nesta segunda-feira (26) para tentar salvar um refém mantido pelo grupo Estado Islâmico, embora não tenha havido qualquer sinal de progresso.
O principal porta-voz do governo, Yoshihide Suga, recusou-se a falar diretamente sobre o conteúdo as conversas com a Jordânia, onde o enviado japonês coordena esforços regionais para tentar salvar Kenji Goto.
O Estado Islâmico disse em vídeo divulgado na internet em 20 de janeiro que tinha em seu poder dois reféns japoneses e que os mataria no prazo de 72 horas, a menos que recebesse US$ 200 milhões.
No final de semana foi divulgado outro vídeo, cuja autoria ainda não havia sido confirmada, mostrando uma fotografia de Goto, jornalista de 47 anos, segurando uma imagem do que parece ser o corpo do outro refém, Haruna Yukawa. Junto com a fotografia foi divulgada uma gravação de voz que afirma ser Goto e diz que seus captores querem uma troca de prisioneiros e não mais o pagamento de resgate em dinheiro. O grupo pede a libertação da iraquiana Sajida al-Rishawi, condenada à morte na Jordânia por atentados realizados em 2005.
Questionado se a nova exigência, que envolve o governo jordaniano, torna a situação mais complexa, Suga não deu uma resposta direta, afirmando apenas que "naturalmente, a Jordânia tem sua própria opinião".
"O governo está fazendo tudo o que pode, mas a situação continua se desenvolvendo", declarou ele aos repórteres. "Estamos buscando a cooperação de quem puder ajudar na libertação (do refém remanescente)."
Autoridades japonesas indicaram que tratam o vídeo como autêntico e aceitam a possibilidade de que Yukawa, capturado na Síria no ano passado, esteja morto. "Foi um ato extremamente covarde", afirmou Suga.
Em Amã, Yasuhide Nakayama, vice-ministro de Relações Exteriores, encarregado de gerenciar a crise, não apresentou novidades após reuniões no país. "Tendo em vista a natureza do problema, por favor, entendam a razão pela qual não posso divulgar informações como com quem eu me reuni", disse ele. Ele prometeu "não desistir até o final".
As informações sobre a provável morte de Yukawa atraíram críticas internacionais e fortes reações no Japão. Acredita-se que Goto tenha sido capturado no final de outubro, após ir até a Síria para tentar resgatar Yukawa.
Alguns japoneses criticam os dois homens por terem assumido tais riscos. Há pessoas no país também que criticam a política mais assertiva de Shinzo Abe, afirmando que isso pode ter contribuído para a captura dos japoneses.
Abe quer expandir o papel das tropas japonesas, que atualmente tem papel estritamente de autodefesa, de acordo com a Constituição pacifista aprovada após a derrota do país na Segunda Guerra Mundial.
Durante visita ao Oriente Médio no início deste mês, Abe anunciou o envio de ajuda humanitária no valor de US$ 200 milhões para os países que lutam contra os militantes extremistas islâmicos.
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