As equipes de socorro seguiam buscando nesta sexta-feira (15) sobreviventes entre os escombros em uma região do sudoeste do Japão, um dia depois de um terremoto que deixou ao menos nove mortos e centenas de feridos.
O balanço do terremoto e os violentos tremores secundários registrados na cidade de Kumamoto, situada na ilha de Kyushu, é até o momento de nove mortos e 860 feridos, 53 deles graves, segundo o governo.
“A casa tremeu”, contou à AFP Noboyuki Morita, um morador de 67 anos da cidade de Mashiki. “Estávamos assistindo televisão quando de repente sentimos tremores muito fortes. Fiquei muito surpreso, nunca havia visto um tremor assim na minha vida”.
Morita e sua esposa passaram a noite em um carro porque não podiam voltar para casa, depois que o telhado desabou e os móveis saíram do lugar. O relógio ficou parado às 21h26 (09h26 de Brasília), o horário do primeiro tremor.
“Só pude sair da minha casa depois de cinco réplicas, foram tão fortes que ficava com medo de me mexer”, contou um vendedor à televisão. Em sua casa tudo estava de pernas para o ar, com as estantes, as mesas e diversos objetos jogados no chão.
No total, “foram sentidos 123 tremores secundários”, disse Gen Aoki, um sismologista da agência japonesa de meteorologia.
Dezenas de casas, muitas delas velhas e de madeira, ficaram total ou parcialmente destruídas. Cerca de 44 mil pessoas precisaram se refugiar em centros de acolhida, onde receberam arroz e água potável.
Uma menina de oito meses foi resgatada viva dos escombros, indicou a rede de televisão NHK. Em um vídeo da polícia é possível ver o bebê tranquilo, com os olhos abertos, os pés descalços e de pijama, colocado em um cobertor e levado delicadamente em plena noite por vários policiais e socorristas. Segundo os meios de comunicação japoneses, a menina não sofreu nenhum ferimento.
Sua mãe, seu avô, sua avó e seu irmão mais velho estavam na sala e na cozinha da casa enquanto ela dormia em outro quarto, no andar superior, no momento do primeiro tremor na ilha de Kyushu, indicou o jornal Mainichi Shimbun. Segundo o jornal, os membros desta família da cidade de Mashiki, que sobreviveram, tentaram subir para salvar a menina, mas a casa desabou.
Estragos
Após o terremoto, o governo declarou estado de catástrofe natural e enviou ao local quase 6,5 mil homens, entre bombeiros, policiais e soldados.
“Localizamos diversos danos com um helicóptero das forças de autodefesa dotado de um sistema de raios infravermelhos, e pode ser que existam pessoas presas sob os escombros. Tememos que o balanço aumente”, disse o ministro de gestão de desastres, Taro Kono.
O castelo da cidade, de 400 anos de antiguidade, também ficou danificado no telhado e nos muros.
Fábricas paradasVários grandes grupos japoneses, entre eles Toyota, Bridgestone, Honda e Sony, decidiram nesta sexta-feira suspender as operações nas fábricas da zona para fazer um balanço com os fornecedores e avaliar os danos.
Várias estradas ficaram danificadas, e os transportes se viram perturbados. Um trem de alta velocidade que não transportava passageiros descarrilou e o tráfego ferroviário precisou ser interrompido para que as vias fossem revisadas, como costuma ser feito toda vez em que ocorre um terremoto.
Além disso, ao menos 14 mil lares ficaram sem eletricidade, e também ocorreram cortes no fornecimento de gás e água.
A companhia que alimenta a região, Kyushu Electric Power, afirmou que não foi detectada nenhuma anomalia na central nuclear de Sendai, onde se encontram os dois únicos reatores em serviço no Japão.
As demais instalações nucleares da região, ou seja, as de Ehime e Genkai, não foram afetadas, segundo as companhias operadoras.
Como a PF costurou diferentes tramas para indiciar Bolsonaro
Cid confirma que Bolsonaro sabia do plano de golpe de Estado, diz advogado
Problemas para Alexandre de Moraes na operação contra Bolsonaro e militares; assista ao Sem Rodeios
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
Deixe sua opinião