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Japão celebra florescer das cerejeiras um ano depois do tsunami

Mulheres tiram fotos das cerejeiras que começam a florescer em Tóquio, no Japão | Reuters
Mulheres tiram fotos das cerejeiras que começam a florescer em Tóquio, no Japão (Foto: Reuters)

Tóquio - O início da primavera e o florescimento das cerejeiras, uma época conhecida no Japão como "sakura", conseguiu resgatar, um ano depois do tsunami que devastou parte do país, o espírito festivo de milhões de japoneses que, neste ano, poderão desfrutar ao máximo de uma de suas maiores tradições.

No último ano, quando o país se encontrava extremamente abalado por conta da maior catástrofe desde a Segunda Guerra Mundial, as autoridades locais pediram para a população evitar as celebrações do "sakura" em sinal de respeito aos mais de 19 mil mortos e desaparecidos.

Agora, um ano depois, a tristeza abriu passagem à normalidade, e o Japão parece ter superado essa tragédia e recuperado pouco a pouco sua alegria, já que os jardins da capital já estão todos preparados para a realização do "hanami", a grande festa do "sakura".

A celebração do "sakura" rompe o habitual rigor e, assim como as cerejeiras, afloram uma maior espontaneidade e alegria entre os grupos de amigos, companheiros de trabalho e famílias, que se reúnem para realizar seus esperados "hanami", uma espécie de picnic.

Segundo a Agência japonesa de Meteorologia, as cerejeiras estão em plena floração nesta sexta-feira em Tóquio, enquanto os habitantes do nordeste do país deverão esperar por mais uma semana para celebrar o "sakura".

Enquanto fotografa uma cerejeira no parque de Hibiya, situado no centro da capital, Kenji Tokumono, de 45 anos, assegura à Agência Efe que esta primavera o "hanami" será mesmo uma festa - ao contrário do ano passado, quando a população não tinha motivos suficientes para comemorar.

Em Tóquio, durante os dias de "sakura", é habitual ver grupos de trabalhadores japoneses trajados seguindo em direção às cerejeiras, muitos carregando bolsas com cerveja, sake e cobertores para atenuar o frio que, nesta época do ano, ainda marca presença ao cair da tarde.

Os estagiários, por exemplo, são encarregados de madrugar nos parques para reservar o disputado espaço entre as cerejeiras. Muitos fazem questão de presentear seus companheiros de trabalho com a melhor localização para admirar as flores e realizar um possível "hanami noturno".

Segundo Tokumono, o "hanami" é muito importante para as empresas "para dar as boas-vindas aos recém chegados e também se despedir daqueles que se vão. "Como todos costumam beber bastante, o momento acaba contribuindo para uma maior comunicação entre os funcionários", brinca.

Nos finais de semana, a celebração da primavera costuma ser mais restrita as famílias e os grupos de amigos, que, providos de fogareiros, geladeiras e grandes reservas de sake, se reencontram para desfrutar um dia de festa sob as cerejeiras.

Durante a semana de celebração do "sakura", os parques são preparados com postos de comida ambulantes e também são decorados com pequenas lanterninhas, que iluminam as árvores para que a festa possa continuar mesmo durante a noite.

As lojas, restaurantes e shoppings também se preparam para o "sakura", a maioria com produtos temáticos e decorações com a cor rosa, a mesma cor das flores das cerejeiras.

A floração destas árvores está entre os grandes atrativos turísticos do Japão. Apesar de ainda não terem apresentados os dados definitivos, a Agência Japonesa de Turismo (JTA) calcula que em 2011 aproximadamente 6,22 milhões de turistas visitaram o arquipélago, uma média muito abaixo dos 8,61 milhões de 2010.

A JTA, no entanto, acredita que esta primavera poderá contar com um número recorde de visitantes, já que a celebração deste ano coincidiu com as festividades da Semana Santa. Nesta época do ano, as ruas de Tóquio costumam contar com uma grande presença de turistas europeus, latino-americanos e americanos.

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