O Ministério das Relações Exteriores japonês convocou nesta segunda-feira (25) o embaixador da China em Tóquio, Cheng Yonghua, para expressar o mal-estar causado pela decisão de Pequim de criar uma nova zona de defesa aérea que compreende as disputadas ilhas Senkaku/Diaoyu.
O vice-chanceler japonês, Akitaka Saiki, recebeu o embaixador chinês na sede do Ministério das Relações Exteriores em Tóquio e lhe transmitiu um protesto formal do governo japonês, informou à Agência Efe a chancelaria.
Durante a reunião com Cheng, Saiki pediu que a China volte atrás e não inclua a área que engloba as ilhas em sua zona de defesa.
Cheng, no entanto, respondeu que o Japão deveria "retirar uma reivindicação tão irracional como essa", já que o plano de Pequim não estaria voltado contra nenhum país concretamente e não afetaria a aviação comercial, segundo explicou o próprio embaixador chinês após o encontro, em declarações publicadas pela agência Kyodo.
O diplomata chinês, no entanto, argumentou que ambas as partes "devem se preocupar em tomar medidas" para prevenir qualquer fato imprevisto já que as zonas de defesa aérea da China e do Japão ficaram sobrepostas como resultado do plano de Pequim.
O Ministério da Defesa chinês anunciou no sábado passado o estabelecimento de uma "área de identificação de defesa aérea" que inclui as ilhas Senkaku/Diaoyu, administradas de fato por Tóquio e cuja soberania é reivindicada por Pequim.
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse hoje que está "profundamente preocupado" pela decisão da China, que poderia intensificar as tensões na região.
"Me preocupa profundamente que (a decisão da China) possa mudar de maneira unilateral o 'status quo' no Mar da China Oriental, piorar a atual situação e causar incidentes nas águas", disse Abe no Parlamento.
O ministro japonês das Relações Exteriores, Fumio Kishida, disse hoje que a decisão da China além de "preocupar" o Japão, inquieta outros países e por isso pediu "moderação" ao gigante asiático.
A tensão neste pequeno arquipélago aumentou em setembro do ano passado, quando o governo japonês comprou de seu proprietário japonês três das cinco ilhotas, ação que desencadeou violentas manifestações na China e piorou as complexas relações de ambos os países.
Situado no Mar da China Oriental, a cerca de 175 quilômetros ao nordeste de Taiwan e 150 ao noroeste do arquipélago japonês de Okinawa, este desabitado arquipélago tem uma superfície de cerca de sete quilômetros quadrados e acredita-se que poderia contar com importantes recursos marítimos e energéticos.