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Refém

Japão diz confiar na Jordânia para libertar jornalista

O Japão disse que colocou toda a sua confiança na Jordânia para ajudar na libertação do jornalista Kenji Goto, mantido pelo grupo Estado Islâmico, após a mais recente mensagem, supostamente publicada pelos captores, ter estendido até o pôr-do-sol de quinta-feira (29), no Oriente Médio, o prazo final para que os jordanianos libertem uma prisioneira iraquiana.

A mensagem, lida em inglês por uma voz que segundo o governo japonês pode ser de Goto, foi divulgada na internet na quarta-feira (28), depois de a Jordânia ter concordado em trocar a iraquiana Sajida al-Rishawi, sentenciada à morte por participar de um ataque terrorista, pelo piloto jordaniano Muath al-Kaseasbeh.

A gravação diz que a Jordânia deve apresentar al-Rishawi, condenada pelo ataque ao hotel Amman em 2005, na fronteira da Turquia até o pôr-do-sol desta quinta-feira, em troca da vida de Goto, caso contrário o piloto será morto. Não ficou claro qual será o destino de Goto se a mulher não for entregue ao Estado Islâmico.

A mensagem deixa claro que o prazo final é o pôr-do-sol em Mosul, no Iraque, a última cidade a ser tomado pelo grupo militante. A Associated Press não pode verificar de forma independente o conteúdo da gravação, que foi distribuída no Twitter em contas ligadas ao Estado Islâmico.

Em Tóquio, o porta-voz do governo, Yoshihide Suga, disse nesta quinta-feira que o governo está em comunicação direta com a Jordânia. Ele disse que o Japão faz tudo o que pode para libertar Goto, trabalhando conjuntamente com países da região, dentre eles Turquia, Jordânia e Israel.

"Na medida em que a situação avança, eu não devo falar sobre os detalhes, mas Japão e Jordânia tratam da questão tendo como base um relacionamento de extrema confiança", disse Suga aos jornalistas.

Os esforços para libertar al-Kaseasbeh e Goto ganharam urgência depois de um ultimado publicado online na terça-feira, afirmando que o Estado Islâmico mataria os dois reféns em 24 horas se a Jordânia não libertasse al-Rishawi.

O Japão luta para lidar com a crise desde seu início, na semana passada, com a divulgação de um vídeo do grupo militante mostrando Goto e outro refém japonês Haruna Yukawa, ajoelhados e vestindo macacões cor de laranja, perto de um homem mascarado que ameaçava matá-los em 72 horas, a não ser que o Japão pagasse um resgate de US$ 200 milhões.

A exigência foi alterada para a libertação de al-Rishawi, mas os militantes teriam mataram Yukawa, de 42 anos, embora isso ainda não tenha sido confirmado. "Este ato terrorista hediondo é totalmente imperdoável", declarou o primeiro-ministro Shinzo Abe no Parlamento nesta quinta-feira.

Goto, jornalista freelancer, foi capturado em outubro na Síria, aparentemente quando tentava resgatar Yukawa. Ao anunciar que a Jordânia estava pronta para trocar al-Rishawi pelo piloto, o porta-voz do governo jordaniano não mencionou Goto.

O rei jordaniano, Abdullah II, enfrenta crescente pressão doméstica libertar o piloto. Sua captura elevou a oposição popular contra os ataques aéreos realizados pela coalizão liderada pelos Estados Unidos, da qual a Jordânia faz parte.

"A opinião pública na Jordânia pressiona fortemente o governo para negociar com o Estado Islâmico", diz Marwan Shehadeh, estudioso que tem ligações com grupos islamitas ultraconservadores na Jordânia. "Se o governo não se esforçar seriamente para libertá-lo, a moral de todas as Forças Armadas se deteriorará e a população vai perder a confiança no regime político."

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