As Forças Armadas do Japão e da Coreia do Sul enviaram nesta quinta-feira (28) aviões militares para passar pela área disputada da zona de defesa aérea criada pela China. A medida de Pequim, anunciada sábado (23), inclui territórios disputados com Seul e Tóquio, provocando a irritação destes dois países.

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Os sobrevoos acontecem dois dias após os Estados Unidos enviarem um bombardeio à região, em uma ação que o Pentágono diz ter sido planejada. No entanto, foi encarada como uma forma de dar apoio a seus dois aliados no Extremo Oriente contra a declaração dos chineses.

O Japão enviou dois aviões da Guarda Costeira para sobrevoar a região do arquipélago no mar do Leste da China que os dois países disputam, chamado de Senkaku por Tóquio e Diaoyu por Pequim. De acordo com o porta-voz do órgão, Yasutaka Nonaka, não houve oposição das autoridades chinesas.

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"Nós não alteramos nossas operações normais de patrulha na região e não informamos [à China] sobre nossos planos de voo. Nós não encontramos nenhum caça chinês", afirmou.

Pouco antes, o ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Yun Byung-se, afirmou que um dos aviões militares do país passou pela zona na última terça, também sem ser importunado. Para ele, a declaração de Pequim faz com que a relação entre os países, já complicada, seja mais difícil.

Hoje os dois países mantiveram uma reunião de diálogo de defesa bilateral em Seul que foi marcada pela polêmica em torno da área estabelecida por Pequim. O vice-ministro da Defesa sul-coreano, Baek Seung-joo, pediu que a área seja revisada para não incluir uma ilha disputada, mas teve o pedido rejeitado.

Zona de defesa

De acordo com o texto chinês anunciado no sábado, todos as aeronaves estrangeiras que entrarem no que a Pequim considera seu espaço aéreo no mar do Leste da China devem se identificar, apresentar seu plano de voo e manter comunicação por rádio.

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Hoje as companhias aéreas japonesas Japan Airlines e All Nippon Airways decidiram desrespeitar a determinação, a pedido de Tóquio. Até então, as empresas haviam informado às autoridades chinesas que passariam pelas zonas disputadas, que fazem parte da rota do Japão para Hong Kong e Taiwan.

O anúncio também gerou reclamações da Austrália, que não tem territórios disputados incluídos nessa zona. O primeiro ministro do país, Tony Abbott, defendeu o direito de expressar sua opinião ao justificar as críticas do país à China.

As Filipinas também criticaram a inclusão de áreas disputadas e de águas internacionais na zona de defesa aérea de Pequim. Embora não tenha sido afetado pela medida, o país teme que outra região de defesa seja proclamada no mar do Sul da China, onde há territórios em disputa pelos dois países.