Premiê japonês, Naoto Kan, aponta para local danificado em sua visita à cidade de Rikuzentakata, que foi afetada pelo terremoto acompanhado de tsunami. 02/04/2011| Foto: Reuters

País pede calma sobre temor com alimentos

Tóquio - O governo japonês pediu ao mundo que não imponha restrições injustificáveis às importações de seus produtos alimentícios, um dia antes da chegada ao país do presidente da França, Nicolas Sarkozy, o primeiro líder estrangeiro a visitar o Japão desde o terremoto e tsunami que danificaram uma usina nuclear, provocando a pior crise nuclear mundial desde Chernobyl, em 1986.

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Governo deve aumentar zona de exclusão em torno de usina

O governo japonês deve analisar o aumento da zona de retirada de moradores em torno da usina nuclear de Fukushima, incluindo a cidade de Iitate, de 7 mil habitantes, situada a 40 km do complexo. A recomendação partiu da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), ligada às Nações Unidas.

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Tóquio - A companhia Tokyo Electric Power (Tepco), responsável pela usina nuclear de Fukushima, admitiu ontem que pode fechar permanentemente quatro reatores. "Haverá pouca chance, a não ser fechar os reatores de 1 a 4", disse o presidente da Tepco, Katsumata Tsunehisa. A usina, que possui seis reatores, vem emitindo radiação desde que foi danificada pelo terremoto e pelo tsunami no dia 11.

Segundo Tsunehisa, o destino dos outros dois reatores deve ser decidido em conversas com autoridades e comunidades próximas. No entanto, o secretário-chefe do gabinete de governo, Yukio Edano, já afirmou que os reatores 5 e 6 também devem ser fechados mesmo que não tenham apresentado danos.

Ontem também foi divulgada a informação de que o governo japonês planeja jogar uma resina solúvel em água sobre os destroços da usina para conter o vazamento de radiação. A resina, segundo a agência de notícias Kyodo, deve ser jogada por um veículo não tripulado.

A ideia é que a substância fixe qualquer radiação que eventualmente vaze nos destroços, impedindo contato com o exterior e principalmente com o vento – que poderia levá-la para outros locais. Um teste da técnica será feito hoje por operários da Tokyo Electric Power Co., operadora da usina. Autoridades alertam, contudo, que esta é uma técnica temporária, normalmente utilizada até que medidas de mais longo prazo possam ser feitas para conter as substâncias radioativas.

Radiação alta

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Ontem, funcionários do braço nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) advertiram que o nível de radiação fora da zona de acesso restrito está muito superior ao limite recomendado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A conclusão se soma ao debate referente à extensão da área restrita em volta do complexo nuclear.

Elena Buglova, técnica da AIEA, disse que o nível de radiação alcançava 2 megabecquerels por metro quadrado em Iitate, um povoado situado a 40 quilômetros do complexo nuclear onde especialistas tentam prevenir um desastre atômico. A leitura, segundo ela, "é aproximadamente o dobro" do nível no qual a AIEA já recomendaria a retirada da população.

Depois do acidente na usina, autoridades japonesas orientaram a população que vive num raio de 20 quilômetros da usina a retirar-se e às pessoas que moram num raio de 20 a 30 quilômetros a permanecerem dentro de suas casas. Autoridades norte-americanas re­­co­­mendaram a seus cidadãos no Japão que fiquem a pelo menos 80 quilômetros de distância do complexo nuclear.

Mar contaminado

Enquanto isso, o nível de iodo radioativo detectado na água do mar, 300 metros ao sul de Fu­­kushima, é 3.355 vezes superior ao limite permitido. Trata-se do pi­­or nível já registrado nessa área.

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