O Japão, os EUA e a Grã-Bretanha finalizaram na quarta-feira um projeto de resolução a ser votada pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para suspender o envio de dinheiro, tecnologia e produtos capazes de serem usados pela Coréia do Norte em seu programa de mísseis.
O projeto, elaborado pelos japoneses e que ainda pode ser alterado, também condena o teste com vários mísseis realizado pelos norte-coreanos e pede à Coréia do Norte que regresse ao processo de negociações sobre seu programa nuclear e que envolve seis países.
Nenhuma votação deve ser realizada na quarta-feira, dia em que o Conselho de Segurança reunia-se a portas fechadas para discutir o projeto.
A Coréia do Norte lançou vários mísseis na madrugada da quarta-feira (horário local), entre os quais um de longo alcance que seria capaz de atingir o Alasca, alimentando as tensões no norte da Ásia e provocando críticas vindas de todo o mundo.
O documento, lido para a Reuters, exige que o país asiático "interrompa imediatamente o desenvolvimento, os testes e a proliferação de mísseis balísticos" e reafirma uma moratória anterior no lançamento de mísseis aceita pela Coréia do Norte em 1999.
A nova resolução impediria a "transferência de recursos financeiros, itens, materiais, produtos e tecnologia para fins que poderiam contribuir com os programas de mísseis e de outras armas de destruição em massa (da Coréia do Norte)".
- Essa é, obviamente, uma questão muito séria por causa da provocação norte-coreana - afirmou o embaixador dos EUA junto à ONU, John Bolton, antes da reunião do Conselho de Segurança.
Segundo Bolton, há esperanças de que o órgão enviará uma mensagem ao governo da Coréia do Norte, deixando claro que "esse tipo de comportamento é inaceitável".
Mas o embaixador da China junto à ONU, Wang Guangya, mostrou-se mais cauteloso.
- A comunidade internacional defende a postura de que as ações tomadas precisam ser construtivas no sentido de manter a paz naquela parte do mundo - afirmou. - Se todos os membros do Conselho sentirem que algum tipo de ação apropriada é necessário, então vamos discutir isso. Mas, certamente, o que aconteceu foi lamentável.
A Rússia já manifestou ser favorável a uma declaração presidencial, que seria mais branda do que a resolução japonesa.