O acidente nuclear de Fukushima foi desencadeado por um terremoto e tsunami em março de 2011, que destruíram reatores da usina| Foto: EFE/ Antonio Hermosín Gandul
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A liberação de água radioativa tratada da usina nuclear de Fukushima no oceano Pacífico começará na próxima quinta-feira (24), conforme anunciou o governo do Japão na manhã desta terça (22).

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O governo e a empresa proprietária da usina, a Tokyo Electric Power (TEPCO), verificaram a "segurança" do descarte e, por isso, decidiram começar os trabalhos nesta semana, segundo comunicou o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, após uma reunião com os ministérios envolvidos na gestão do desastre atômico de 2011, que provocou um superaquecimento de reatores nucleares e a liberação de substâncias radioativas no oceano.

A decisão foi tomada após a visita de Kishida à usina localizada no nordeste do país para verificar a situação dos preparativos e o endosso do plano pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

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O início do despejo ocorrerá na quinta, conforme planejado, "se não houver condições climáticas ou marítimas" que o impeçam, disse Kishida.

A água de Fukushima é composta por água contaminada durante o processo de resfriamento dos reatores danificados e do combustível derretido do acidente nuclear desencadeado pelo terremoto e tsunami de março de 2011, bem como da água da chuva que se infiltrou na instalação nos últimos dez anos.

Essa água foi armazenada em tanques após passar por um extenso processamento para remover a maioria dos elementos radioativos, mas os reservatórios e o espaço físico de armazenamento na instalação estão chegando ao limite.

Até o final de julho, cerca de 1,34 milhão de toneladas de água tratada haviam sido armazenadas, aproximadamente 98% da capacidade máxima.

O líquido processado e diluído em água do mar antes de ser despejado no mar contém baixas quantidades de trítio, um isótopo radioativo, bem como outros resíduos de materiais radioativos em concentrações consideradas seguras dentro dos limites internacionais de segurança para o setor nuclear, de acordo com a AIEA.

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Comunidade pesqueira é contra

Apesar desse argumento, a comunidade pesqueira do país e, em particular, os pescadores locais de Fukushima, têm rejeitado a iniciativa, devido ao novo golpe que esse descarte significará para a reputação dessa atividade na região afetada.

Nessa segunda-feira (21), representantes da federação de pescadores do Japão reiteraram sua oposição em uma reunião com Kishida e, hoje, antes do anúncio esperado da data, centenas de pessoas se reuniram em frente ao Parlamento para protestar contra o descarte, que também tem a oposição de países vizinhos, como Coreia do Sul e China.

Espera-se que o descarte dure décadas, potencialmente o tempo necessário para o desmantelamento da usina nuclear.

O desastre, considerado o pior desde Chernobyl, levou o governo a estabelecer uma zona de evacuação no raio de 30 quilômetros da usina, fazendo com que 160 mil moradores da província de Fukushima tivessem que deixar suas casas. (Com informações da Agência EFE)

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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