Em entrevista coletiva no último dia de sua viagem pela América Latina, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, afirmou que investe em esforços diplomáticos silenciosos para reconstruir a relação com a China.
"É normal ter problemas com quem se divide oceanos, ou com quem se tem fronteiras territoriais comuns", declarou Abe.
O premiê disse que, da parte japonesa, o canal de diálogo está sempre aberto, e que espera que o mesmo aconteça com as autoridades chinesas.
Distinguir-se do modelo chinês, aliás, foi parte importante de seu discurso à imprensa, feito em um hotel paulistano. "O Japão tem muitos valores em comum com a América Latina, como liberdade, democracia e Estado de Direito".
Abe avaliou que todos os países hoje querem fortalecer sua relação com o continente, e destacou a "amizade profunda" entre sua nação e o Brasil, onde vivem cerca de 1,6 milhão de descendentes nipônicos.
O premiê brincou com a expressão popular "japonês garantido", dizendo que essa é uma forma de reconhecer a qualidade do que seu país pode oferecer em uma parceria estratégica bilateral.
Ainda na entrevista coletiva, Abe criticou o fato de ser o primeiro chefe de governo japonês em dez anos a visitar a América Latina. "Na minha opinião, isso devia ter acontecido bem antes".
Mostrou-se, por diversas vezes, interessado em estreitar os laços econômicos e diplomáticos com o Brasil, e elogiou negociações de investimentos do Japão na infraestrutura nacional. "Estamos prestes a abrir um novo capítulo, um novo futuro dessa relação".
Antes de participar da entrevista coletiva, o primeiro-ministro visitou o Pavilhão Japonês no parque do Ibirapuera. Ali, de terno, gravata e sapato, usou uma pá para plantar uma árvore de pau-brasil. O figurino elegante não impediu o premiê e sua mulher de se ajoelharem para regar a árvore.
Nesta tarde, o político encerrará sua passagem pela América Latina com uma visita ao bairro paulistano da Liberdade, com tradicional concentração de imigrantes japoneses.
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