O Japão abriu seu secreto sistema de punição capital ao público nesta sexta-feira (27), oferecendo aos jornalistas uma rara visita aos principais cadafalsos de Tóquio, em um esforço para alimentar o debate sobre a prática, que conta com ampla aprovação no país.
Todas as execuções no Japão são por enforcamento e a cobertura pela mídia não é permitida. Os condenados no corredor da morte não sabem quando serão executados até o último minuto, já os familiares só são comunicados depois da execução.
Juntamente com os Estados Unidos, o Japão é um dos poucos países industrializados que mantém a aplicação da pena capital. Apesar das críticas de grupos de Direitos Humanos como a Anistia Internacional e da principal associação japonesa de advogados, há pouco apelo do público contra a pena de morte no Japão, onde uma pesquisa recente mostrou que mais de 80% da população apoia sua adoção.
Mas a visita dos meios de comunicação ao Centro de Detenção de Tóquio - transmitida pelas principais emissoras de televisão - parece ter sido promovida pela ministra da Justiça Keiko Chiba, que é contra a pena capital.
Em julho, Chiba aprovou - e testemunhou - o enforcamento de dois condenados por assassinato, dizendo que a ação fazia parte de suas obrigações como ministra da Justiça. Depois das execuções, ela disse que continua a apoiar o fim da pena de morte e, como forma de estimular o debate público sobre o assunto, ordenou que jornalistas tivessem acesso às instalações onde os condenados são executados.
Segundo a imprensa japonesa, esta é a primeira vez que isso acontece desde pelo menos o final de Segunda Guerra Mundial. Ela também prometeu criar um painel ministerial para discutir a pena de morte e se ela deve ser abolida.
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