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Nuvem atômica fotografada pelo Exército americano sobre Nagasaki após o lançamento da bomba atômica, em agosto de 1945 | Exército dos Estados Unidos /Hiroshima Peace Memorial Museum / Reuters
Nuvem atômica fotografada pelo Exército americano sobre Nagasaki após o lançamento da bomba atômica, em agosto de 1945| Foto: Exército dos Estados Unidos /Hiroshima Peace Memorial Museum / Reuters

simulador

Já imaginou o efeito de uma bomba atômica como a lançada sobre Hiroshima em um cidade hoje? Uma ferramenta da ONG norte-americana Public Radio International ajuda a dar uma noção. Em um mapa com geolocalizador, o usuário pode “jogar  a bomba” em qualquer cidade do mundo a analisar os seus efeitos. O simulador pode ser acessado no endereço http://www.pri.org

Eficiência

As bombas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki tinham o mesmo princípio (fissão nuclear, ou quebra do núcleo do átomo), mas os modelos eram diferentes. “Little Boy” lançada em Hiroshima funcionava como um revólver: nela havia duas cargas de urânio-235. Na “Fat Man”, lançada sobre Nagasaki, a carga explosiva era o plutônio, que ficava em uma cavidade no centro da bomba.

O Japão inicia hoje as cerimônias em lembrança das vítimas dos ataques nucleares sofridos na Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A primeira bomba, jogada pelos Estados Unidos em Hiroshima, no dia 6 de agosto de 1945, matou ao menos 135 mil pessoas. A segunda, lançada em Nagasaki, três dias depois, deixou um saldo de 64 mil mortos, segundo o instituto Atomic Archive, mantido por universidades dos Estados Unidos. O número de vítimas, porém, pode chegar a 300 mil nas duas cidades, em decorrência da radiação.

Frutos de uma corrida armamentista que envolveu Alemanha, União Soviética, EUA e Japão, os ataques são os únicos registros de uso, até hoje, de tecnologia nuclear durante um conflito. As bombas jogadas sobre as cidades japoneses precipitaram a rendição do país às forças aliadas, encerrando a Segunda Guerra Mundial — a Alemanha havia se rendido três meses antes.

O Japão praticava uma política imperialista desde o início do século 20, quando entrou em guerra com a China e a Rússia. Alinhado à Alemanha nazista, atacou a base naval americana de Pearl Harbor, no Oceano Pacífico, no dia 7 de dezembro de 1941. Os dois países se enfrentaram em algumas das batalhas mais sangrentas de toda a guerra nas ilhas do Pacífico. O objetivo dos EUA era reverter as conquistas do Império Japonês, que incluíam as Filipinas e parte do Sudeste Asiático e da China. As conquistas das ilhas Marianas, de Iwo Jima e de Okinawa pelos EUA foram essenciais para os ataques nucleares.

A ideia do alto-comando americano era acabar com a guerra rapidamente, sem precisar invadir o Japão. Os americanos selecionaram previamente três cidades para o ataque de 6 de agosto, mas Hiroshima foi escolhida por ser uma cidade portuária de importância militar (tinha um centro de comunicações e forças militares). Além disso, era uma das únicas cidades ainda intactas no Japão e o dia ensolarados permitiu que o plano fosse levado adiante. As forças americanas sabiam que 85% da população de 350 mil habitantes era civil.

A segunda bomba seria lançada na cidade de Kokura, mas como a visibilidade era ruim, os militares optaram por Nagasaki, também uma cidade portuária, mas que já havia sido bastante bombardeada.

Hoje, o poder de destruição das armas nucleares é imensamente maior. As bombas lançadas sobre o Japão eram medidas em quilotoneladas (quantas milhares de toneladas de TNT seriam equivalentes a sua potência). No caso da bomba de Hiroshima, a equivalência era de 13,5 mil toneladas de TNT; na de Nagasaki, a potência era de 22 mil toneladas. Hoje, não se fala mais em quilotoneladas, mas em megatoneladas (milhões de toneladas). Alguns dos artefatos existentes têm a potência de 9 megatons – valor equivalente a quase 700 bombas iguais à de Hiroshima.

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