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Japão suspende uso de canhões de água em usina

Vista aérea da usina nuclear de Daiichi, em Fukushima, no Japão | REUTERS/Kyodo
Vista aérea da usina nuclear de Daiichi, em Fukushima, no Japão (Foto: REUTERS/Kyodo)
Empresário de Londrina conta como foi o resgate de brasileiros em Fukushima |

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Empresário de Londrina conta como foi o resgate de brasileiros em Fukushima

O governo do Japão desistiu de usar canhões de água para resfriar os reatores da usina nuclear de Fukushima. O motivo são os altos níveis de radiação, segundo informações da rede de televisão NHK. A operação seria realizada nesta quinta-feira (17), depois de o governo usar helicópteros para jogar água nos reatores.

As operações tinham como objetivo estabilizar a situação da usina, onde, desde o terremoto de sexta-feira, incêndios e explosões provocaram vazamento de radiação que elevaram os níveis de alerta da área do entorno para acima do normal.

O governo japonês determinou uma área de evacuação em um raio de 20 quilômetros da usina e pediu que as pessoas que vivem a entre 20 quilômetros e 30 quilômetros de distância permaneçam em locais fechados.

Preocupação internacional

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU), Yukiya Amano, anunciou que irá embarcar nesta quinta-feira para o Japão a fim de buscar informações de primeira mão sobre a "seriíssima" situação da usina nuclear de Fukushima.

A medida indica a crescente preocupação da AIEA, encarregada de promover a utilização segura da energia nuclear, sobre a falta de informações rápidas e detalhadas do Japão a respeito da crise em curso.

"É diferente receber dados por e-mail de Tóquio ou sentar com eles e trocar pontos de vista", afirmou Amano, que é japonês, em entrevista coletiva.

"Nós sempre precisamos melhorar o fluxo de informação", afirmou, acrescentando que espera reunir altos funcionários japoneses, mas que não está decidido se ele irá à usina, danificada durante o terremoto de sexta-feira no país.

Apesar da sua crescente preocupação, Amano disse que não é o momento de dizer se a situação está fora do controle, conforme sugeriu um alto funcionário europeu em declarações que derrubaram as bolsas.

"Não é o momento de dizer que as coisas estão fora de controle", afirmou Amano. "Os operadores estão fazendo o máximo para restabelecer a segurança do reator."

O veterano diplomata falou num dia em que os técnicos japoneses chegaram a deixar a usina devido aos níveis elevados de radiação, e um helicóptero foi impedido de se aproximar para jogar água num dos reatores avariados.

Incêndio

Mais cedo na quarta-feira (16), outro incêndio havia atingido a usina, que nas últimas 24 horas tem mandado níveis baixos de radiação na direção de Tóquio, causando medo na capital e alerta na comunidade internacional.

Danos aos núcleos das unidades 1, 2 e 3 no reator nuclear de Fukushima Daiichi foram confirmados, mas desde terça-feira (15) não há mudanças significativas na situação, segundo ele.

Em outro sinal potencialmente ameaçador, ele sugeriu que a água estava a um nível que deixou exposto até dois metros dos núcleos que sustentam as barras de combustível atômico, mas a pressão no interior sugere que os vasos do reator estão intactos.

A empresa Tokyo Electric Power, operadora da usina, disse que o reator número 3 -- o de Fukushima que usa plutônio como combustível -- é a sua "prioridade."

O plutônio, quando absorvido pelo organismo humano, pode passar anos na medula óssea e no fígado, e causar câncer.

Mas o adjunto de Amano para questões de segurança, Denis Flory, disse que a AIEA não teve acesso a nenhuma medição sobre vazamentos de plutônio. "O plutônio não é uma preocupação a esta altura", disse ele.

Críticas

A imprensa japonesa tem feito críticas à ação do governo diante da crise, e à operadora pela falta de transparência nas informações.

A AIEA, que tem mandato para compartilhar informações com os Estados membros quando há uma emergência nuclear, também enfrentou críticas na mídia e em comentários postados em sua página do Facebook por causa do fornecimento escasso e desatualizado de informações.

A agência diz que só pode fornecer as informações que recebe e verifica.

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