
Greenpeace denuncia radiação em escolas
As escolas situadas a 60 quilômetros da usina nuclear atingida pelo tsunami no Japão não estão seguras para as crianças, apresentando leituras de radiação até 70 vezes mais do que o aceito internacionalmente, segundo o Greenpeace.
A organização ambientalista retirou amostras em três escolas da cidade de Fukushima e de seus arredores, fora da zona de exclusão de 20 quilômetros do complexo nuclear de Fukushima Daiichi, da Tokyo Electric Powers, no nordeste do Japão.
"Nenhum pai e mãe deve ter de escolher entre exposição à radiação e a educação de seus filhos", disse Kazue Suzuki, chefe do projeto antinuclear do Greenpeace para o Japão.
O governo já tomou medidas para descontaminar as escolas na prefeitura de Fukushima, onde a usina apresenta vazamento de radiação desde que foi atingida pelo terremoto seguido de tsunami em 11 de março.
Classificando as medidas de "deploravelmente tardias e inadequadas", o Greenpeace disse ter encontrado taxas medidas acima do máximo permitido pelos padrões internacionais, de 1 milisievert por ano, ou 0,11 microsievert por hora.
Instabilidade
Desde 2006, Japão trocou de premiê seis vezes.
Shinzo Abe
Set. 2006 set. 2007
Líder conservador (Partido Liberal Democrata - PLD), renunciou por vários escândalos financeiros e uma má gestão do sistema de aposentadoria.
Yasuo Fukuda
Set. 2007 set. 2008
Incapaz de integrar uma coalizão com o Partido Democrático do Japão (PDJ - centro-esquerda), acabou por renunciar.
Taro Aso
Set. 2008 set. 2009
Criticado por seus gostos luxuosos, foi derrotado pelo PDJ nas eleições legislativas de agosto.
Yukia Hatoyama
Set. 2009 Junho 2010
Caiu após uma controvérsia sobre a base americana de Okinawa e um escândalo financeiro.
Naoto Kan
Junho 2010 26 agosto 2011
Criticado por sua gestão do tsunami e da catástrofe da usina nuclear de Fukushima, renunciou aos cargos de primeiro-ministro e de presidente do PDJ.
Yoshihiko Noda
Agosto 2011
Ministro das Finanças, foi eleito ontem novo primeiro-ministro.
Fonte: AFP
Tóquio - O ministro das Finanças do Japão, Yoshihiko Noda, saiu dos bastidores para se tornar o próximo primeiro-ministro do país em uma eleição disputada que se transformou em uma batalha mais entre as facções internas do Partido Democrata do Japão (PDJ) do que um debate de propostas políticas.
Noda, de 54 anos, derrotou o ministro de Indústria e Comércio Exterior Banri Kaieda por 215 votos a 177, em um segundo turno realizado após a exclusão de outros três concorrentes, já que ninguém conseguiu a maioria absoluta dos votos.
Kaieda foi derrotado mesmo tendo o apoio de Ichiro Ozawa, "cacique" do PDJ, e de sua facção de cerca de 120 parlamentares. Ozawa está suspenso do PDJ enquanto aguarda julgamento em um escândalo de financiamento de campanha, motivo pelo qual não pôde votar.
Ministro de Finanças desde junho do ano passado, Noda tem sido considerado um conservador de mão firme em matéria fiscal em meio à turbulência econômica internacional e diante de uma série de choques que atingiram a economia japonesa, em particular depois do terremoto seguido de tsunami de 11 de março.
A curta campanha de dois dias demonstrou diferenças relativamente sutis entre os candidatos. Todos defenderam uma retirada gradual da energia nuclear, atribuíram elevada importância à aliança com os Estados Unidos na área de segurança e reconheceram a necessidade de eventualmente aumentar o imposto sobre consumo para financiar os custos da política de bem-estar social do país.
Na questão de como financiar a reconstrução da infraestrutura destruída pelo terremoto, Noda foi mais incisivo na defesa dos aumentos de impostos, dizendo que a implementação de um aumento temporário é inevitável.
Instabilidade
Noda será o sexto primeiro-ministro do Japão em cinco anos, depois de 14 meses de ocupação do posto por Naoto Kan, o último de uma série de chefes de governo de vida curto, que saíram dos dois principais partidos do país.
Apesar da vitória, a candidatura de Noda não conquistou a simpatia da opinião pública. Numa pesquisa divulgada na manhã de ontem pelo jornal Yomiuri Shimbun, Noda angariou apenas 9% dos votos.
O ex-ministro de Relações Exteriores Seiji Maehara, que na eleição ficou em terceiro com 74 votos, liderou a pesquisa com 48% de apoio popular. O apoio de Kaieda entre os cidadãos consultados na pesquisa foi de 12%.
Desafiados, governadores da oposição refutam culpa pela inflação e antecipam debate de 2026
Trump muda jogo político da Europa e obriga países a elevarem gastos com defesa
Preço dos alimentos não cai com ameaças, mas com responsabilidade
A inflação do grotesco: três porquinhos são deixados para morrer em exposição
Deixe sua opinião