O primeiro-ministro Shigeru Ishiba: alocação de mísseis na ilha de Kyushu está relacionada ao objetivo de desenvolver “capacidades de contra-ataque”| Foto: EFE/EPA/RICHARD A. BROOKS/POOL
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O governo do Japão planeja implantar mísseis de longo alcance na ilha de Kyushu, no sudoeste do país, que seriam capazes de atingir a China e a Coreia do Norte, informou a agência Kyodo News numa reportagem publicada no último fim de semana.

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Fontes do governo japonês informaram que essa alocação está relacionada ao objetivo de desenvolver “capacidades de contra-ataque” diante das ameaças na região, com as incursões no espaço aéreo e exercícios militares na região de Taiwan realizados pela China (que pretende anexar a ilha) e os testes de armas da Coreia do Norte.

Também há tensões com a Rússia, devido à disputa com o Japão pelas Ilhas Curilas, animosidade que aumentou depois que Tóquio apoiou sanções do Ocidente contra Moscou e prestou ajuda humanitária e financeira à Ucrânia após a invasão. Também entregou auxílio militar não letal, como equipamentos para remoção de minas terrestres.

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Segundo as fontes da Kyodo News, a implantação dos mísseis deve começar em março de 2026 e visa reforçar a segurança das ilhas Nansei, próximas de Taiwan. Tais mísseis teriam um alcance estendido de mil quilômetros, ao alcance das regiões costeiras da Coreia do Norte e da China.

Diante da tensão com os vizinhos, o Japão tem aumentado os investimentos em defesa e no ano passado o primeiro-ministro Shigeru Ishiba escreveu em um artigo para o think tank americano Hudson Institute, pouco antes de ser eleito premiê, que uma Otan asiática precisa ser pensada para “garantir a dissuasão contra a aliança nuclear da China, Rússia e Coreia do Norte”.