Os japoneses vão às urnas neste domingo (16) nas eleições que devem marcar a volta dos conservadores do Partido Liberal Democrata (PLD) ao poder, depois de três anos. A votação acontece em um cenário de crise econômica, tensões crescentes com a China e o desinteresse dos eleitores com a política. Shinzo Abe, de 58 anos, líder do PDL, deve ser o próximo premier do Japão, o sétimo do país nos últimos sete anos.
Uma vitória do PLD deve significar um governo comprometido a adotar uma postura mais dura com Pequim pela disputa de um arquipélago no mar da China oriental, medidas favoráveis à energia nuclear - apesar do acidente em Fukushima após a tsunami de março de 2011, propor uma reforma da política monetária e investir pesado em obras públicas, numa tentativa de resgatar a economia, na quarta recessão desde 2000.
Os principais jornais do país apostam em uma vitória com ampla vantagem do PDL, que deve obter uma maioria ampla no Parlamento. Há três anos o partido conservador sofreu uma derrota amarga nas urnas, que colocou fim a quase 50 anos de governo conservador quase interrupto.
O Partido Democrático do Japão, do impopular primeiro-ministro Yoshihiko Noda, deve conseguir menos de 100 dos 480 assentos do Parlamento, menos de um terço do que obteve em 2009. Eleitores acusam o PDJ de não cumprir suas promessas. O partido de Noda se viu prejudicado pela lenta e, às vezes, confusa resposta que deu à crise de Fukushima. A população também parece insatifesta com a intenção de Noda de aumentar os impostos, uma medida o premier e seus aliados julgam necessária para conter os custos com segurança social, cada vez maiores por causa do envelhecimento da população.
Para muitos analistas, a provável vitória do PLD é resultado do desencanto e da falta de entusiasmo dos eleitores, que simplesmente decidiram optar pelo que consideram a opção menos pior.