O candidato liberal à presidência da Argentina, Javier Milei, da coligação de direita A Liberdade Avança, afirmou durante uma entrevista na semana passada, concedida à revista britânica The Economist, que o presidente Lula "não é simplesmente um socialista, mas possui vocação totalitária".
Em suas afirmações, o presidenciável disse que o atual governo do Brasil é um "regime que não está de acordo com as ideias de liberdade" e acusou o presidente brasileiro de ser responsável por "aberrações" desde que assumiu o poder como a censura à liberdade de imprensa e perseguição política à oposição.
Com isso, o economista afirmou que "não tem o que conversar com Lula", caso vença as eleições argentinas, marcadas para acontecer no dia 22 de outubro.
Questionado sobre o que acha do sistema eleitoral brasileiro e das últimas eleições no país, em 2022, Milei apenas afirmou que "tem dúvidas sobre o que aconteceu e alguns comportamentos eleitorais foram anômalos”, disse.
O candidato à Casa Rosada ainda afirmou que Bolsonaro foi "um grande parceiro na luta contra o socialismo" e que os atos de 8 de janeiro, associados ao ex-presidente pela esquerda, foram organizados "pelo próprio povo de Lula", como uma estratégia política.
Eleições de outubro
O economista libertário Javier Milei, candidato presidencial pela frente “A Liberdade Avança” foi o mais votado nas eleições primárias realizadas em 13 de agosto na Argentina.
Milei recebeu mais de 30% dos votos em termos nacionais, seguido da coligação Juntos pela Mudança, com 28,24% dos votos, liderada pela ex-ministra Patricia Bullrich, e a coalizão governista União pela Pátria, do atual ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, com 27%.
Novas pesquisas de opinião indicam que o economista libertário continua com uma vantagem considerável sobre seus principais rivais em um eventual segundo turno das eleições presidenciais de 22 de outubro.
A pesquisa avaliou três cenários de segundo turno possíveis nesta eleição. Os dois primeiros, Milei contra Patricia Bullrich, da coalizão Juntos pela Mudança, ou contra Sergio Massa, da coalizão peronista União pela Pátria, indicam um favoritismo consistente do candidato libertário.
No último cenário, onde se avaliou uma disputa entre Massa e Bullrich, a pesquisa apontou para uma vitória folgada da candidata de centro-direita.