A alta representante da União Europeia (UE) para Política Externa e Segurança, Federica Mogherini, afirmou neste sábado (8) que Jerusalém deve ser a capital de Israel e do futuro Estado palestino.
Mogherini fez as declarações em sua chegada a Ramala neste sábado, onde foi recebida pelo presidente palestino, Mahmoud Abbas, e pelo primeiro-ministro, Rami Hamdala.
"Acho que Jerusalém pode e deve ser a capital dos (dois) Estados", afirmou durante uma entrevista coletiva conjunta com Hamdala, na qual voltou a denunciar a colonização, que classificou como "ilegal" e "obstáculo para a paz".
A declaração tem grande significado político, já que ocorre em um momento em que o governo israelense insiste na anexação da zona Leste - não reconhecida pela comunidade internacional - em meio a uma crescente tensão em Jerusalém, local de confrontos e protestos diários nos bairros árabes.
A tensão aumenta desde o começo de julho, quando três extremistas judeus mataram um menor palestino como vingança pelo assassinato de três estudantes israelenses três semanas antes por ex-presidiários islamitas na Cisjordânia ocupada.
A situação piorou nas últimas três semanas com dois atropelamentos de suicidas palestinos em Jerusalém Oriental, que deixaram quatro mortos. Além disso, houve a tentativa de assassinato de um rabino ultranacionalista judeu, ativista a favor da mudança do status quo na Esplanada das Mesquitas, que ficou gravemente ferido ao ser baleado por um suposto atirador palestino.
Mogherini iniciou em Jerusalém, na sexta-feira, sua primeira viagem ao exterior como alta representante da UE para Política Externa e Segurança, se reuniu com as autoridades israelenses e visitou a Faixa de Gaza, onde na manhã deste sábado falou da "necessidade de um Estado palestino".