Os jihadistas do Estado Islâmico (EI) forçaram a fuga de cerca de 600 mil civis pertencentes a minorias étnicas e religiosas de seus lares no norte do Iraque, afirmou neste domingo um deputado iraquiano em Bagdá.
"Cerca de 150 mil membros do grupo étnico shabak, 250 mil turcomanos e 200 mil seguidores do credo yazidi foram forçados pelos grupos terroristas a se deslocar", disse o deputado da província setentrional iraquiano de Ninawa, Henin al Qedu, em entrevista coletiva.
Qedu afirmou que "as operações de assassinato, saques e violações continuam nas aldeias de maioria shabak e também nas localidades yazidis e cristãs em Sinjar".
O parlamentar pediu que as autoridades se mobilizem rapidamente para aliviar o sofrimento dos deslocados com operações militares para liberar as zonas e que estes possam retornar a seus lares.
"Os governos locais devem facilitar a passagem aos foragidos e ajudá-los, ao invés de dificultar seu avanço", indicou Qedu.
Com relação a isso, o deputado considerou que as autoridades de Bagdá e das outras províncias devem formar comitês para acolher os deslocados e prestar ajuda.
"Os governos de Bagdá e Erbil (capital da região do Curdistão) devem colaborar para libertar as zonas de Sahl Ninawa, Sinjar, Bashiqa, Qaraqosh e Tal Afar e para compensar os afetados", acrescentou.
Os cristãos, yazidis, turcomanos e shabak são algumas das minorias que conviveram durante muito tempo com os muçulmanos no Iraque, onde agora são perseguidos pelo EI.
A maioria destes grupos, presentes no país durante centenas e inclusive milhares de anos, vive na província de Ninawa, uma zona de história e cultura milenárias próxima ao rio Tigre e situada cerca de 400 quilômetros ao noroeste de Bagdá.