A brasileira Ozana Rodrigues, mãe do jihadista Brian de Mulder, afirmou ontem não ver problema na pena de cinco anos de prisão para seu filho, acusado de terrorismo. Após o anúncio do veredicto em um tribunal belga na Antuérpia, ela disse a jornalistas que prefere ver Brian na cadeia do que na Síria, onde combate ao lado de extremistas do Estado Islâmico (EI). Brian, um jovem de nacionalidade belga de 21 anos, foi acusado junto com outros 46 réus por terrorismo.
"Cinco anos para Brian não é um problema", afirmou Ozana, que mora na Antuérpia. "Espero que meu filho volte. Ele vai cumprir a pena e tudo ficará bem. Eu prefiro ter o meu filho aqui para visitá-lo na prisão do que na Síria."
Outras condenações
Além, de Brian, o tribunal belga condenou o líder do grupo Sharia4Belgium, Fouad Belkacem, de 32 anos, a 12 anos de prisão, declarando a organização islâmica um movimento terrorista que faz lavagem cerebral em jovens para que se unam a militantes no Oriente Médio.
Inicialmente Belkacem se recusou a se levantar para ouvir a pena, só se erguendo com um suspiro profundo depois de ter a ordem repetida por dois policiais que estavam do seu lado.
Quarenta e seis membros do grupo foram julgados na cidade de Antuérpia, no norte belga, embora só sete estivessem presentes ontem no tribunal.
Críticas
A mãe de Brian criticou a condenação de Belkacem. "A pena de 12 anos não significa nada para um homem assim. Ele é um terrorista. Mas a Bélgica não vai me ouvir. Para mim, ele deveria ser preso em Tânger [Marrocos]. Na Bélgica a prisão parece um hotel."
Ao pronunciar o veredicto, o juiz Potargent detalhou como o Sharia4Belgium glorificava a luta armada e pedia a adoção da sharia, a lei islâmica, por meio da violência.
As autoridades acreditam que cerca de 350 cidadãos belgas tenham viajado para combater na Síria, o maior índice per capita dos países do oeste europeu.
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