O grupo Estado Islâmico (EI) tomou mais de cem povoados de maioria curda nos arredores da cidade de Kobani, na província de Aleppo, no norte da Síria, disse nesta segunda-feira (22) um líder curdo.
O presidente do Organismo Autônomo de Defesa e Proteção de Kobani, Esmat Sheij Hasan, afirmou que os radicais conseguiram avançar e estão a cerca de 12 quilômetros da cidade.
A ofensiva do EI contra a região, um dos principais redutos curdos da Síria, começou na terça-feira passada e provocou a fuga de mais de 100 mil cidadãos curdos para a Turquia, segundo números divulgadas hoje pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
Hasan disse que nesta segunda-feira estão ocorrendo choques intensos entre o EI e as Unidades de Proteção do Povo Curdo em áreas ao leste, sul e oeste de Kobani.
O líder revelou que os radicais islâmicos empregam armas pesadas e tanques na ofensiva, e solicitou ajuda da comunidade internacional para evitar um "massacre".
Dentro de Kobani, a situação humanitária é grave porque a população está sem alimentos e água, alertou Hasan.
O EI proclamou um califado no Iraque e na Síria em 29 de junho nos territórios da Síria e do Iraque sob seu domínio. Os curdos estão demonstrando uma forte resistência ao avanço dos extremistas sunita tanto no território sírio como iraquiano.
Os curdos sírios se concentram principalmente na província de Al Hasaka e nas regiões de Afrin e Kobani, também conhecida como Ain Arab, assim como em Aleppo, e representam 9% da população do país.