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Os Estados Unidos precisam mudar sua política em relação a Cuba para que recuperarem sua imagem na América do Sul: esse foi o conselho que o ministro da Defesa, Nelson Jobim, deu a seu colega americano, Robert Gates, em reunião ontem no Pentágono.

"Eu disse ao secretário: existe uma visão um pouco negativa dos EUA na América do Sul e os americanos precisam reconquistar suas posições. Eu disse a eles que não há que se perguntar se essa percepção é justa ou injusta, é fato", descreveu Jobim, após reunião com o secretário de Defesa.

"Um dos elementos para a recuperação da imagem americana é uma mudança na relação com Cuba, sem isso a percepção vai continuar a mesma."

Jobim disse que já há uma mudança no tom do relacionamento entre EUA e América do Sul por causa do novo governo - Gates será mantido no cargo pelo presidente eleito Barack Obama. "Eles não vêem mais a América do Sul como um ‘down there’ (lá embaixo), mas sim como um parceiro que pode colaborar", disse Jobim. "Eles caminham para uma presença mais tranqüila e receptiva no mundo, menos impositiva.

Hoje ele vai se encontrar com o general da reserva James Jones, que será o Assessor de Segurança Nacional de Obama. "Será uma conversa de amigos", disse. Segundo Jobim, os dois se conheceram durante um jantar na Suprema Corte em Washington. "O general é muito simpático; ele fala francês, minha mulher também fala francês fluentemente. Depois do jantar, fomos para um bar.

Jobim discutiu com Gates a compra de caças para a Força Aérea Brasileira. O Brasil pretende comprar 36 caças em encomenda inicial, em uma compra que pode chegar a 150 aviões no longo prazo - um negócio de US$ 2,5 bilhões. Entre os finalistas na análise do Ministério da Defesa estão caças americanos (F-18), franceses e suecos. Suecos e franceses não impõem nenhuma restrição à transferência de tecnologia, uma exigência brasileira, mas os americanos resistem. "Sem transferência de tecnologia não tem conversa, eu disse a ele."

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