O primeiro-ministro da Jordânia, Bisher Al-Khasawneh, declarou nesta segunda-feira (6) que qualquer tentativa de Israel de deslocar os palestinos da Faixa de Gaza e da Cisjordânia será considerada pela Jordânia como "uma declaração de guerra".
Durante uma reunião com deputados e o presidente do Parlamento jordaniano, Al-Khasawneh enfatizou que o deslocamento dos palestinos representa uma "linha vermelha" para o reino da Jordânia.
O líder jordaniano afirmou que "qualquer tentativa ou criação de condições para deslocar os palestinos de Gaza ou da Cisjordânia é uma linha vermelha e a Jordânia considerará isso uma declaração de guerra". Ele destacou que todas as opções estão em cima da mesa para abordar a “agressão israelense contra Gaza”, incluindo possíveis “repercussões regionais”. Israel está neste momento realizando sua contraofensiva em Gaza após sofrer os ataques realizados pelo grupo terroristas palestino Hamas no último dia 7 de outubro.
Al-Khasawneh fez um apelo à comunidade internacional, pedindo à Europa e aos Estados Unidos que cessem de dar a Israel "uma autorização para matar civis palestinos". Ele reiterou que a campanha de bombardeios massivos contra a Faixa de Gaza constitui uma “violação flagrante da lei e do direito humanitário internacional”.
As declarações do primeiro-ministro jordaniano surgem no mesmo dia em que o Exército de Israel anunciou a abertura de um novo corredor seguro para permitir que civis de Gaza, que ainda permanecem no norte do enclave palestino, possam deslocar-se para o sul, no âmbito das operações terrestres que estão em andamento no território que é usado pelos terroristas do Hamas.
O Exército israelense consolidou seu controle sobre grandes áreas do norte da Faixa de Gaza, chegando à costa mediterrânea a partir do centro do enclave, fragmentando-o em dois e reforçando o cerco à Cidade de Gaza.
O ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi, já havia alertado em outubro que o deslocamento forçado de palestinos seria considerado uma "declaração de guerra" pelo país. (Com Agência EFE)