O ministro de Relações Exteriores da Jordânia, Nasser Judeh, disse neste domingo no Parlamento do país que o governo não reconhece Israel como um Estado judeu, como pedem os negociadores israelenses nas negociações de paz com os palestinos.
"Em relação às propostas sugeridas sobre um Estado judeu, nossa atitude é clara: não é aceitável para nós", disse Judeh em uma sessão para debater os resultados da missão do secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, que realizou dez rodadas de negociações de paz entre israelenses e palestinos.
"Qualquer acordo a respeito deve levar em conta a completa soberania do Estado palestino e os direitos de muçulmanos e cristãos em Israel", afirmou.
Judeh acrescentou além disso que a "Jordânia não será uma pátria alternativa para ninguém", fazendo alusão a algumas propostas israelenses que querem que este país se transforme em lar para os palestinos.
A insistência do lado israelense para que os palestinos reconheçam a natureza judaica de Israel está gerando temores na Jordânia, onde acredita-se que a aceitação do termo significaria deportar todos os palestinos que têm nacionalidade israelense para o país, que já acolhe 1.200.000 refugiados palestinos.
Judeh expressou também o apoio de seu país às propostas de Kerry, que têm como objetivo o cumprimento da visão da criação dos dois Estados, Israel e Palestina.
"Kerry está levando a cabo consultas com todas as partes, incluindo a Jordânia, que tem um papel-chave nas negociações", disse.
Israel conquistou da Jordânia os territórios de Jerusalém Oriental e o restante da Cisjordânia na Guerra dos Seis Dias, em 1967.
A iniciativa de paz árabe, adotada pela Cúpula Árabe de Beirute, em 2002, contempla o reconhecimento de Israel por parte de todos os Estados árabes caso deixe os territórios ocupados e reconhece o direito do retorno dos refugiados da guerra árabe-israelense de 1948.
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