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Capa do jornal Boston Globe, que liderou campanha contra os ataques de Trump à imprensa | ERIC BARADAT/AFP
Capa do jornal Boston Globe, que liderou campanha contra os ataques de Trump à imprensa| Foto: ERIC BARADAT/AFP

Os jornais dos EUA estão contra-atacando o presidente Donald Trump com uma série coordenada de editoriais condenando seus ataques à imprensa e suas insinuações de que os repórteres são "o inimigo". 

O Boston Globe convidou jornais de todo o país a publicarem editoriais em defesa da liberdade de imprensa nesta quinta. Vários começaram a aparecer nas edições online do dia anterior. E, segundo a diretora editorial do jornal, Marjorie Pritchard, quase 350 publicações se comprometeram a participar da campanha.

Em San Luis, o Post-Dispatch descreveu os jornalistas como "os patriotas mais autênticos". O Chicago Sun-Times disse acreditar que a maioria dos americanos sabe que Trump está falando bobagens. 

Leia também: O ataque de Trump à NBC e às "fake news" ameaça a liberdade de imprensa

O Observer de Fayetteville, Carolina do Norte, disse que espera que o presidente cesse seus ataques, "mas não acreditamos que isso vá acontecer". "Em vez disso, esperamos que todos aqueles que apoiam o presidente percebam o que ele está fazendo: manipular a realidade para conseguir o que ele quer", disse o jornal. 

O New York Times adicionou uma promoção ao protesto. "Se você ainda não o fez, por favor, assine seus jornais locais", disse o Times. "Elogie-os quando eles pensam que fizeram um bom trabalho e os criticam quando acham que poderiam melhorar. Estamos todos juntos nisso". 

Reação 

O presidente americano respondeu aos editoriais tuitado que o Globe está em conluio com outros jornais sobre a liberdade de imprensa e que grande parte da mídia está impulsionando uma agenda política.  "Não há nada que eu queira mais do que a verdadeira liberdade de imprensa. O fato é que a imprensa é livre para escrever e dizer o que quiser, mas muito do que diz é fake news. A honestidade ganha!” 

Os ataques de Trump à imprensa são antigos. Um mês após ser empossado, o presidente americano qualificou os meios de comunicação como “inimigos do povo americano.” Uma análise feita pela CNN aponta que ele usou a palavra falso – como em “notícias falsas”, “histórias falsas”, “mídia falsa” ou “pesquisas falsas” – mais de 400 vezes no ano passado 

Na semana passada, em um comício na Pensilvânia (Noroeste dos EUA), Trump disse ao público que a mídia produzia “notícias falsas e repugnantes”. “O que aconteceu com as reportagens honestas?”, perguntou. Logo apontou para um grupo de jornalistas: “eles não relatam isso. Só inventam histórias.”

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