Um dos principais jornais da Venezuela, o "El Universal", foi vendido a um consórcio espanhol, segundo foi confirmado nesta quinta-feira (3).

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O novo presidente da publicação, o engenheiro Jesús Abreu Anselmi, reuniu a equipe do jornal nesta sexta (4) e garantiu que a linha editorial não alinhada ao governo de Nicolás Maduro será mantida.

Anselmi disse ainda que o grupo comprador "não tem nenhum vínculo com o governo nacional" e pediu que todos seguissem trabalhando da mesma forma.

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Durante a sexta, estavam previstas reuniões com outros departamentos do jornal e também com sindicatos.

O engenheiro é irmão do maestro José Antonio Abreu, diretor do sistema de orquestras jovens da Venezuela, fundado pelo governo.

Diante da pressão governamental contra a imprensa na Venezuela, o editor-chefe do "El Universal", Elides Rojas, disse em entrevista à rádio que teme a possibilidade de que o jornal abrande suas críticas, como aconteceu com outras publicações vendidas.

Anselmi foi vice-ministro dos Transportes no governo de Jaime Lusinchi e trabalhou como assessor de empresas privadas e públicas.

Mais detalhes sobre a transferência acionária deve ser publicada pelo "El Universal" na edição deste sábado (5).O "El Universal", fundado pela família Mata há 105 anos, nunca havia sido vendido antes.

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O canal Globovisión e a Cadeia Capriles de jornais foram vendidos em 2013, o que causou mudança das linhas editoriais e demissões.

Papel

Anselmi também garantiu na reunião desta sexta que haverá papel jornal para o "El Universal", que havia diminuído o número de páginas a 16 em maio.

Os jornais venezuelanos enfrentam a escassez da matéria-prima devido a dificuldades de importação, já que o governo controla o câmbio do dólar, o que impede a livre compra e venda de divisas.

Maduro praticamente bloqueou no último ano a entrega de divisas para importações consideradas "não prioritárias" e inclusive atrasou as de produtos básicos, o que gerou um forte desabastecimento.

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Opositores acusam o presidente, Nicolás Maduro, de estar aproveitando o desabastecimento para prejudicar veículos de imprensa críticos ao governo.Por falta de papel, pelo menos oito diários no país deixaram de circular e 40% tiveram de reduzir seu número de páginas, segundo "El Universal".