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Navalny morreu de “arritmia”, diz Rússia, que se nega a abrir investigação criminal
Opositor Alexei Navalny morreu em fevereiro em uma prisão no ártico| Foto: EFE/EPA/MAXIM SHIPENKOV

O jornal Sobesednik, o único que estampou na primeira página uma foto do líder opositor Alexey Navalny logo após sua morte repentina na prisão, anunciou o fim das atividades nesta terça-feira (17), após ser declarado agente estrangeiro pelo regime de Vladimir Putin.

"Somos o semanário 'Sobesednik', o primeiro jornal colorido da União Soviética, que começou a ser vendido em 23 de fevereiro de 1984, e a última mídia impressa independente remanescente na Rússia", disse a jornalista Yelena Milchanovskaya ao canal SOTAvision do Telegram.

A jornalista informou que tanto o semanário quanto outras publicações do grupo editorial deixarão de ser vendidos nas bancas "nos próximos meses".

Milchanovskaya antecipou que a equipe editorial recorrerá contra a inclusão do jornal no registro de agentes estrangeiros pelo Ministério da Justiça da Rússia.

"Na última página do 'Sobesednik', sempre escrevíamos: 'Obrigado por nos ler, nos vemos dentro de uma semana'. Agora dizemos: 'Obrigado por nos ler, até a próxima'", afirmou.

Em 21 de fevereiro, cinco dias após a morte do líder opositor, o semanário incluiu uma grande foto de Navalny sorrindo e acenando em sua primeira página, enquanto as páginas internas do jornal relatavam a morte e as acusações de sua viúva, Yulia Navalnaya, contra o ditador russo Vladimir Putin, a quem ela culpava pela morte do marido.

Horas depois, as autoridades retiraram quase todos os exemplares do jornal das bancas na capital russa, Moscou.

"Tudo isso é muito sério e até um pouco assustador para nós. Por que apreenderam? Não sabemos. Não infringimos nenhuma lei", comentou Milchanovskaya à época.

A imprensa e a televisão russas, controladas pelo Estado, ignoraram completamente a morte de Navalny, com exceção do jornal econômico RBC.

À época, o editor da Novaya Gazeta, Dmitry Muratov, ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 2021, denunciou o "genocídio" da mídia independente na Rússia, onde centenas de veículos foram fechados desde o início da guerra na Ucrânia.

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