Uma jornalista de televisão búlgara foi brutalmente assassinada no sábado. É o terceiro repórter a ser morto em um ano na União Europeia, o que aumenta a preocupação com a segurança da imprensa na região.
Polícia e promotores estão investigando a morte de Victoria Marinova, 30 anos, que apresentava um programa de jornalismo investigativo no canal regional TVN. Ela foi encontrada morta no sábado perto do rio Danúbio, na cidade de Ruse (Norte), com ferimentos na cabeça. Também apresentava sinais de estupro e sufocamento, de acordo com o Ministério do Interior.
NOSSAS CONVICÇÕES: Liberdade de expressão
Autoridades búlgaras enfatizaram que ainda não há evidências para conectar a morte de Marinova ao seu trabalho. “Estamos investigando as denúncias de estupro e assassinato”, disse o ministro de Interior, Mladen Marinov.
Segundo a imprensa búlgara, o parque onde o corpo de Marinova foi encontrado é adjacente a uma instalação psiquiátrica. As autoridades investigam se um paciente do estabelecimento pode ter sido o agressor.
O último programa de Marinova incluiu uma entrevista com dois jornalistas que foram presos no mês passado enquanto trabalhavam em uma investigação relacionada a financiamento da União Europeia.
Repercussão
"Mais uma vez um corajoso jornalista cai na luta pela verdade e contra a corrupção", disse segunda-feira, em Bruxelas, Frans Timmermans, vice-presidente da Comissão Europeia. A União Europeia comprometeu-se a apoiar as autoridades búlgaras na continuavam a investigação.
O representante para liberdade de imprensa da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), Harlem Desir, disse, em comunicado enviado por email:
Estou chocado com o horrível assassinato da jornalista investigativa Viktoria Marinova na Bulgária. Acompanharei de perto a investigação aberta pelas autoridades. Exorto-os a identificar rapidamente e levar à justiça os responsáveis e a determinar claramente se esse ataque estava ligado ao seu trabalho.
Morte de jornalistas
O assassinato de Marinova segue-se aos de jornalistas importantes em Malta e Eslováquia. As mortes estavam ligadas ao seu trabalho e provocaram indignação pública.
Em outubro de 2017, Daphne Caruana Galizia, uma repórter maltesa especializada em corrupção governamental e lavagem de dinheiro, foi morta por um carro-bomba perto de sua casa. E em fevereiro, Ján Kuciak, um jornalista eslovaco que também relatou corrupção no governo, foi baleado e morto junto com sua namorada, Martina Kusnirova. 
NOSSAS CONVICÇÔES: O valor da comunicação
A Transparência Internacional, uma organização global de vigilância da corrupção, aponta que a Bulgária é o membro mais corrupto da União Europeia. A ONG Repórteres Sem Fronteiras classifica a Bulgária na 111° posição entre 180 países em seu índice anual de liberdade de imprensa mundial. É o pior na União Europeia.